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Saques do FGTS e PIS/Pasep devem injetar R$ 30 bi na economia nacional

A economia brasileira aguarda ansiosamente pelo dia 13 de setembro. O motivo é que, a partir da data, o trabalhador poderá sacar parte do dinheiro das contas ativas e inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Programa de Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, mais conhecidos pelas siglas PIS/Pasep. A Medida Provisória (MP), que permite o pagamento de cotas aos trabalhadores do setor privado e servidores públicos, deve injetar cerca de R$ 30 bilhões na economia nacional.

De acordo com cálculos da União, a iniciativa deve beneficiar, aproximadamente, 100 milhões de brasileiros e garantir, em 12 meses, um crescimento adicional de 0,35 ponto percentual no Produto Interno Bruto (PIB) do país. Ademais, dos R$ 30 bilhões previstos para este ano, R$ 28 bi provém do FGTS e R$ 2 bi do PIS/Pasep. Já para 2020, outros R$ 12 bilhões estarão disponíveis para saque do fundo de garantia, totalizando R$ 42 bilhões para saques.

A economista da Fecomércio MG Bárbara Guimarães avalia que a MP tem como principal motivo reaquecer a economia brasileira. “Ainda não sabemos qual destino o trabalhador dará a esse dinheiro, mas o ideal é que ele use para quitar dívida. De acordo com estudos, 31% das famílias de Belo Horizonte estão inadimplentes e isso as impedem de consumir produtos semiduráveis e duráveis devido à restrição de crédito”.

Mesmo que não haja um destino preestabelecido, a economista aconselha a retirada do valor. “A taxa do FGTS é a menor do mercado quando comparada com outros investimentos, como a poupança. Por isso, manter o dinheiro lá é, de alguma forma, perdê-lo”.

Essa não é a primeira vez que o governo federal libera o saque de parte do FGTS para estimular a economia. Em 2017, R$ 40 bilhões das contas inativas foram pagos à população entre março e junho daquele ano. Apesar disso, Bárbara considera que o ato isolado não é eficaz o suficiente para retomada da economia, principalmente, se as reformas estruturais não forem aprovadas. “A medida por si só não sustenta o crescimento econômico em longo prazo. É preciso endereçar outras reformas no Congresso, como a Tributária, fundamental para diminuir a burocracia, que atrasa novos empreendimentos e investimentos produtivos”, alerta.

Seguindo o conselho da economista, a advogada Tâmara Souza irá sacar os R$ 500 do seu FGTS para quitar contas em atraso. Ela conta que passou metade do ano passado desempregada e ainda não conseguiu se estabilizar financeiramente. “Durante esse período, paguei várias vezes a taxa mínima do cartão de crédito e isso virou uma bola de neve. Assim que consegui um novo emprego, procurei o banco e negociei a minha dívida. Então, esse dinheiro será para o que falta”, conta.