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BH: Mesmo com queda, preços de estacionamentos variam até 566%

Quem tem costume de estacionar o carro no Centro de Belo Horizonte e busca economia deve reservar um tempinho para pesquisar os preços em diferentes estabelecimentos. O custo de uma hora, por exemplo, pode variar em até 300% (de R$ 4,00 a R$ 16,00), segundo pesquisa feita pelo site Mercado Mineiro em 72 estacionamentos da capital, Contagem e Confins. Foram pesquisados os preços das frações de 15, 30, 45 minutos, 1h, diária, pernoite e mensalidade.

A maior variação encontrada foi no valor da mensalidade, com diferenças de preços que chegam a 566%, sendo o menor de R$ 60,00 e o maior de R$ 400,00. O que não parece abalar a categoria, pelo menos na região Central. “Aquele que trabalha no Centro não tem opção. Apesar do preço ter caído, ainda há muita procura, porque a pessoa acaba refém do ponto. Existem até filas para mensalidade”, afirma Feliciano Abreu, coordenador do Mercado Mineiro, site que pesquisa e compara preços de BH e Região Metropolitana há 17 anos.

Estacionando no bairro Cachoeirinha, na região Noroeste, Graciele Gomes pagava mensalmente R$ 150,00 para deixar seu carro em local seguro e conseguir trabalhar tranquila. Anualmente, um gasto de R$ 1.800. “Acho todas as formas de estacionamentos abusivas, considerando o gasto que temos com pedágios, seguro obrigatório, IPVA, seguro do carro, etc”, diz.

As variações das frações também são altas. Estacionar o carro por 15 minutos pode custar de R$ 1,50 a R$ 5,00, uma diferença de 233%. Dentre os estabelecimentos pesquisados, o preço da diária variou em até 337%, podendo ser encontrada de R$ 16,00 até R$ 70,00. Já as frações de 30 minutos e 45 minutos têm variação, em média, de 166,67%.

Outras tarifas que chamam a atenção são de locais em que não há concorrência, como shoppings, onde a hora não sai por menos de R$ 10,00 e a rodoviária, onde o passageiro tem que desembolsar R$ 70,00 em uma diária.
Frequentando a região Centro-Sul, Renderson Barcelos não sai de carro sem antes separar o dinheiro do estacionamento “É uma região com estacionamentos caros e poucas vagas. Para estacionar na rua com faixa azul é ainda mais complicado, poucas vagas e tempo curto, você pode ficar entre 1h e 2h no máximo. Já deixei de ir de carro em vários lugares devido a esses fatores”, conta. Quando desiste de ir com o próprio carro, Barcelos recorre a aplicativos de transporte.

Queda nos preços

Quando se compara os valores da mesma pesquisa relativa ao mês de maio de 2017 com 2018, observa-se várias quedas de preços médios nos últimos 12 meses. Por exemplo, a mensalidade que custava R$ 271,23, caiu para R$ 265,41, um declínio de 2,15%. A diária que era de R$ 34,04, foi para R$ 33,36, uma queda de 2%.

De acordo com Abreu, quando o mercado de estacionamento estava em ascensão, alguns anos atrás, diversos estabelecimentos do ramo abriram e isso proporcionou uma quantidade de ofertas grandes. Após 4 anos da chegada dos aplicativos de transporte na capital, o cenário é outro.

“Os preços estão caindo há 3 anos, mesmo no hipercentro de Belo Horizonte, principalmente nas frações em função dos aplicativos de transporte que acertaram em cheio os donos de estacionamentos, em matéria de oferta e demanda. Uma quantidade cada vez maior de pessoas que vão ao Centro estão usando os apps e pagando menos que R$ 16,00 por hora de estacionamento. Uma questão que chama a atenção”, comenta.

Segundo informou o Procon BH, a única esfera responsável por controle de preços é a federal. Portanto, os preços são liberados e as variações são concorrências naturais da economia de mercado. Cabe ao consumidor pesquisar o local mais barato. Sobre os preços altos em locais que não há concorrência como rodoviária e shoppings, o Procon e o Procon Assembleia não se manifestaram.

A dica de Abreu é planejamento. “É preciso planejar para ir no Centro da cidade. Sempre há uma tendência de se gastar muito na região, seja com flanelinha, faixa azul ou estacionamento. Avalie se realmente existe a necessidade de ir de carro”.