Hoje, os cães são considerados parte da família e nas férias, em que muitas pessoas pretendem viajar sem abrir mão de seu animal de estimação, alguns cuidados devem ser tomados para evitar transtornos. Pensando nisso, o Edição do Brasil conversou com o veterinário Alexandre Bastos.
Bastos explica que o animal nunca deve viajar solto dentro do veículo. “Para a segurança de todos, o certo é utilizar os cintos especiais para cães ou uma caixa própria para pets, nesse caso, é preciso amarrá-la no banco com um cinto, porque se o carro der uma freada brusca evita que o bichinho seja arremessado”. Ele salienta que o suporte deve ser ventilado e com um espaço adequado de acordo com cada bicho.
Segundo o veterinário, o cão precisa ser preparado para a viagem. “Se ele já está acostumado a passear de carro ótimo, mas se ainda não estiver, será preciso que ele se adapte. Faça que o bichinho entre e saia do automóvel como se fosse uma brincadeira e sempre dê uma recompensa. Leve o animal para passear em locais próximos e vá aumentando a distância gradativamente. Na caixa própria também é preciso acostumá-lo. Neste caso coloque-a em um local onde o cão goste de ficar. Deixar alguns brinquedos de morder ou ossinho”.
Assim como os humanos, os bichos também podem ter enjoos. Bastos recomenda evitar que o pet viaje com o estômago cheio. “Em alguns casos é possível dar alguma medicação contra náuseas. Mas é importante consultar o veterinário antes. Dependendo da duração da viagem, será preciso fazer algumas paradas para que o animal possa tomar água, se alimentar direito e fazer suas necessidades”.
A estudante universitária Roberta Silva, 24, vai passar duas semanas de férias em Cabo Frio no início do ano e vai levar seu Lhasa Apso de 3 anos. “Esta é a segunda vez que viajamos juntos. Ano passado ficamos em uma pousada petfriendly e vamos repetir a dose. O lugar tem uma paisagem incrível, sem falar no espaço que o Sushi tem para brincar. Também é perto da praia e podemos caminhar pela orla”. Ela diz que é muito apegada ao seu pet. “Acho que eu não ia aproveitar muito se não o levasse na viagem comigo e o mais interessante é a gente poder se divertir juntos”.
Roberta conta que pensou que seria mais difícil conseguir levar seu melhor amigo para a viagem. “Dei uma pesquisada no que seria preciso e a primeira coisa que fiz foi consultar um veterinário e seguir todas as dicas dele. Comprei a caixa própria e fiz a adaptação. E como sempre vamos de carro, fica tudo mais fácil. Não tive problemas da primeira vez, foi tudo muito tranquilo. Eu sempre levo na mala a caminha dele, coleira para os passeios, alguns brinquedinhos e a ração”, finaliza.
E além de viajar de carro, muitas pessoas vão de ônibus ou avião. Nesses casos, o veterinário recomenda atenção redobrada. “É importante estar em dia com a vacinação. Caso não esteja, este é um bom momento para atualizar. Também tem que ter o atestado de saúde do animal. Esse documento deve ser feito por um veterinário e para ter validade na hora do embarque, deve ser emitido em até no máximo 10 dias antes da viagem. Essa certidão serve para mostrar que o cão foi examinado e está livre de doenças”.
Algumas companhias aéreas permitem que o cão vá junto com você na cabine de passageiros, desde que não excedam 5kg. “Caso seja maior, vão no compartimento de cargas em uma caixa de transporte própria. Ela deve ser grande o suficiente para acomodar o animal e mais as vasilhas de água e comida. Recomendo sempre identificar a caixa com o nome do animal, além de telefone e endereço do dono. Em viagens de ônibus, as regras são basicamente as mesmas”.
Penalidades
Você com certeza já viu algum cachorro com a cabeça para fora da janela do carro, seja passeando ou durante alguma viagem. No entanto, essa é uma situação perigosa que pode trazer riscos para os ocupantes do veículo e causar acidentes. E o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê infrações do tipo médio e grave, além de multas para os motoristas que forem flagrados transportando cães de maneira irregular.
De acordo com a legislação, conduzir animais nas partes externas do veículo é considerado uma infração grave, com multa de R$ 195,23 e cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Transportar o cão à esquerda do motorista ou entre os braços e pernas também é proibido. Neste caso, a infração é média, passível de multa de R$ 130,16 e punição de quatro pontos na CNH.