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Recrutadores buscam candidatos com habilidades socioemocionais

Inteligência emocional virou um dos principais requisitos para contratações
– Foto: Pexels.com

 

Um estudo realizado pela consultoria de recursos humanos Michael Page, mostrou que 91% das pessoas são contratadas pelo perfil técnico e demitidas por atitudes ligadas ao aspecto comportamental. A falta de gestão de tempo, autocontrole e resistência a mudanças estão no topo das deficiências comportamentais que resultam na dispensa do empregado.

As chamadas “soft skills” são competências de ordem social e emocional, que guiam o comportamento de uma pessoa e seu desempenho enquanto profissional, são aprendidas e desenvolvidas ao longo da vida, por meio das experiências pessoais.

O relatório Global Trends Report, feito pelo LinkedIn, consta que 92% dos recrutadores consideram que as habilidades interpessoais (soft skills) são tão ou mais importantes que o conjunto de técnicas adquiridas por meio de formação tradicional e capacitação (hard skills). O Fórum Econômico Mundial prevê que até 2025, 8 das 10 habilidades essenciais para um profissional serão socioemocionais.

A diretora de recursos humanos, Letícia Figueiredo, afirma que um RH analítico e ligado nas tendências deve dar a devida importância para as soft skills, bem como conseguir identificá-las nos colaboradores e candidatos nos processos seletivos. “Essas habilidades trazem benefícios para as empresas, pois realçam características que podem trazer inovação para os produtos e serviços oferecidos e até mesmo para os processos internos da organização. Hoje é um diferencial o profissional que apresenta em seu currículo cursos ou especializações em inteligência emocional e comunicação não violenta”.

Uma pesquisa da consultoria de gestão de pessoas Manpower Group mostrou que 64% das empresas não sabem como desenvolver habilidades comportamentais nos seus times e são prejudicadas financeiramente por isso. Segundo Letícia, a continuidade desse desenvolvimento dentro da companhia também é essencial. “O investimento em treinamento deve ser a longo prazo para alavancar o desempenho dos profissionais do futuro, e em contrapartida, oferecer dados relevantes para que a organização tenha como tomar decisões mais assertivas. É importante o alinhamento regular para que haja o envolvimento de toda equipe, seja no ambiente corporativo ou perfeitamente aplicável na vida pessoal”.

Para Letícia, ser guiado por alguém com um bom nível de inteligência emocional é uma maneira de desenvolver essa habilidade. “Cada pessoa tem um jeito especial, particular e impressionante de resolver de diferentes jeitos o mesmo problema, algo ainda mais evidente em equipes diversas. É preciso ter abertura para novas ideias, tranquilidade para entrega, espírito de colaboração, sagacidade, disponibilidade de ouvir e coragem de falar e se posicionar, explicar pontos de vista e equilibrar todas as diferentes ideias”.

Ela afirma que a inteligência emocional pode ser conquistada e aperfeiçoada com o tempo. “É necessário conhecer a si, seus objetivos, definir onde quer chegar e entender todas as expectativas inerentes às suas contribuições. Aprender precisa ser um valor em vez de uma regra ou um dever. Essa perspectiva vai facilitar qualquer novo conhecimento. Olhar para o que acreditamos e analisar se aquilo realmente faz sentido”.

“Saber escutar e observar o seu líder, quem você admira, seu cliente, pode ajudar muito a trazer novas ideias. Ser curioso e procurar fazer as coisas de maneira diferente sempre estimula a criatividade, o raciocínio e a inovação. O profissional precisa estar em um propósito central, só assim é possível ser resiliente em meio às adversidades”, conclui Letícia.