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Copa do Mundo impulsiona setor cervejeiro que deve fechar com alta de 8% este ano

Evento aumentará as vendas e o movimento em bares / Foto: Pixabay

Copa do Mundo no Catar, e que tem quase um mês pela frente, trará bons resultados ao setor cervejeiro brasileiro. É o que diz o levantamento realizado pela Euromonitor International para o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv). De acordo com o estudo, as projeções mostram um incremento de aproximadamente 8% para 2022, atingindo um volume de vendas em mais de 15,4 bilhões de litros, consolidando o país como o terceiro maior fabricante, atrás apenas de China e Estados Unidos.

O superintendente do Sindicerv, Luiz Nicolaewsky, afirma que o ramo vem obtendo crescimentos há alguns anos. “De 2018 para 2019, tivemos um incremento de 3,5%; de 2019 para 2020 de 5,3% e, mesmo com os efeitos da pandemia e as restrições, de 2020 para 21 o setor avançou 7,7%. Até em um cenário macroeconômico desfavorável, o segmento cervejeiro nacional conseguiu expandir suas atividades”.

Segundo ele, o mercado está otimista com a Copa do Mundo, pois ela une as duas paixões dos brasileiros: cerveja e futebol. “A redução da pandemia e a maior adesão da população a eventos sociais vão estimular as vendas de cerveja. Não temos ainda uma projeção fechada, mas o que podemos dizer é que certamente haverá um aumento no consumo”.

Pandemia

Antes da pandemia o segmento conhecido como on-trade (ingestão de cerveja no próprio local, como bares e restaurantes), totalizava 62% do consumo da bebida, enquanto o off-trade (pontos de venda, como supermercados, hipermercados, mercearias) girava em torno de 38%, segundo dados do Sindicerv.

Durante a crise sanitária, em 2021, com as restrições de funcionamento de bares, a ingestão migrou para dentro de casa e o off-trade subiu para 41,6%, totalizando 5,9 bilhões de litros de cerveja comercializados, enquanto o desempenho no consumo da bebida fora do lar passou a registrar 58,4% , o que representa 8,4 bilhões de litros.

Para Nicolaewsky, o consumo on-trade deve subir significativamente. “A volta dos grandes eventos, como a Copa do Mundo, festivais e a chegada do verão vai aquecer ainda mais a indústria da cerveja. Após a flexibilização imposta pela COVID-19, a expectativa é que o consumo retorne com mais força em bares e restaurantes, local favorito dos brasileiros para beber cerveja”.

Humberto Lima, proprietário de um bar em Belo Horizonte, conta que as expectativas são altas. “Neste ano houve um crescimento considerável no movimento e na venda de bebidas alcóolicas comparado a 2021. Com as flexibilizações, as pessoas se reúnem mais, fora que durante a Copa todos querem querem assistir aos jogos nos bares e bebendo com amigos, por isso, esperamos um fluxo maior de clientes”.

Zero álcool

Apesar de representar uma pequena parte do consumo total do mercado, a categoria de cervejas sem álcool foi uma das mais bem-sucedidas no varejo em 2021. O monitoramento do Sindicerv identificou que, nacionalmente, esse segmento registrou a venda de 284,6 milhões de litros, obtendo um avanço de 44% em relação a 2020.

“A busca do consumidor por um estilo de vida mais leve, saboroso e equilibrado, somado aos investimentos do setor em inovação impulsionaram a categoria, que espera crescer 37,6% em 2022, chegando a quase 400 milhões de litros no mercado”, diz Nicolaewsky.