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Krav magá ensina movimentos de proteção rápidos e objetivos

Intuito é tratar da ameaça imediata e prevenir que o agressor possa voltar a atacar. / iStock

Segundo a Federação Sul Americana de Krav Magá, a modalidade é a única a ser reconhecida mundialmente como arte de defesa pessoal e não marcial. O seu objetivo é ensinar qualquer pessoa, independente de idade, sexo ou preparo físico, a se defender.

Daniel Bernardes, professor de krav magá, diz que o praticante tem como intuito agir, mesmo em cenários desfavoráveis, por exemplo, quando o agressor ataca por trás, está armado ou em maior número. “O treinamento envolve a percepção do ambiente e o estado de alerta, com a finalidade de reduzir o fator surpresa, pois, estando preparado, o indivíduo fará escolhas melhores”.

Bernardes explica que os três princípios da técnica são o da simplicidade, rapidez e objetividade. “Simples, pois pega condicionamento de respostas que o corpo humano já tem involuntariamente e adapta para cada situação. Quando algum objeto vem em direção ao nosso rosto, a nossa tendência natural é colocar as mãos na frente para se proteger. E esses movimentos são aprimorados por meio do entendimento de várias possibilidades, podendo ser um soco ou até mesmo uma faca, bastão, etc”.

O professor diz que, para se proteger, o melhor caminho é usar movimento e energia mínimos. “Existe, na maioria das vezes, uma desvantagem de tempo em relação a agressão, pois, quando o indivíduo decide atacar, ele busca realizar o ato em um momento no qual a vítima estará distraída, demorando ainda mais para reagir, sendo assim, ela não pode executar uma reação longa, porque isso atrasa sua resposta”.

Ele ressalta que a defesa é extremamente objetiva por buscar pontos sensíveis do corpo, que vão gerar alta efetividade quando atingidos. “Olhos, nariz, garganta, genitais, joelhos, etc, com o objetivo de eliminar a ameaça. Nesses locais há ausência de uso de força extrema, uma vez que traumas de média intensidade nessas regiões geram grandes estímulos de dor”.

Os benefícios para os adeptos são físicos e mentais. “Torna o corpo mais forte, ágil, flexível, enquanto que, no campo emocional, faz com que o aluno se torne mais autoconfiante, apto a controlar suas emoções em situações de risco e tenha mais disciplina”.

Mulheres

Para Bernardes, houve uma mudança de comportamento por parte das mulheres que resolveram se capacitar e entender que é possível se defender. “Em geral, tínhamos de 15% a 20% de mulheres compondo a turma, hoje temos até 40% de praticantes do sexo feminino”.

A designer Patrícia Silva conta que resolveu praticar o krav magá após ser seguida por um homem na rua, quando voltava do trabalho. “A gente fica refém da violência e do medo, porque não sabemos como reagir”. Ela acrescenta que, depois das aulas, se sente mais confiante em sair sozinha. “Além de proporcionar todos os benefícios de práticas esportivas para nosso corpo, ter noções de defesa pessoal diminui sua fragilidade em alguma situação extrema de necessidade de autoproteção”.