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Pais devem influenciar na escolha profissional dos filhos?

Especialistas afirmam que o papel dos responsáveis deve ser pautado pelo diálogo e orientação. / Crédito: Divulgação

Toda criança já ouviu a seguinte pergunta: “o que você quer ser quando crescer?”. As respostas podem ser as mais variadas, afinal, os pequenos têm uma imaginação e tanto. Porém, chega uma fase da vida em que é necessário decidir qual profissão seguir. Alguns vão optar por uma carreira mais rentável e com um bom salário, enquanto outros vão preferir aquela que mais o satisfaz. Esse é um momento de grande conflito entre os jovens. Mas, qual seria o papel dos pais durante esse processo de escolha da profissão dos filhos?

Para a psicóloga Elisângela Pereira, os pais devem desempenhar a função de orientação. “Cabe a eles fazer com que o jovem busque informações, entenda como cada profissão funciona, além de colocar esse adolescente em contato com profissionais da área para que ele possa conhecer um pouco mais”.

Na visão do professor e especialista em gestão educacional, Luiz Roberto de Oliveira, os responsáveis devem manter um diálogo com os filhos. “É natural que eles queiram influenciar, mas é preciso que tenham consciência e valorizem aquilo que o filho quer fazer. Deixá-lo à vontade para escolher, incentivar e mostrar os prós e os contras”.

Muitos pais desejam que os filhos sigam a sua profissão, o que, na maioria das vezes, pode terminar em frustração. “Ele pode ficar insatisfeito e seguir a mesma carreira somente para agradar. Eu já ouvi relatos de pessoas que ao formarem, entregaram o diploma nas mãos dos responsáveis e decidiram adotar outra profissão. Mas existem casos, por exemplo, em que o pai é médico e o filho se dá bem naquele ambiente e já tem uma tendência a gostar dessa área”, afirma Oliveira.

A psicóloga reforça que o desejo dos filhos deve ser respeitado. “É importante que esses adolescentes e futuros profissionais façam algo que realmente gostem para poder fazer bem”.

Ainda segundo ela, a noção do que a criança pretende ser no futuro é muito variável. “Desde muito cedo algumas escolhem suas profissões e seguem firme nelas o resto da vida. Já outras têm mais dúvidas. A partir do momento que o jovem começa a ter um certo senso crítico, ele já pode ter ideias dos seus talentos, mas não significa que isso não possa mudar na fase adulta”, explica.

Quando chegam à adolescência, muitos estudantes, na hora de prestar vestibular, já precisam escolher determinado curso para seguir uma carreira. Nesse aspecto, Elisângela chama atenção que essa decisão é tomada em um momento bem precoce. “Aqui também entra o papel dos pais de mostrar para esse adolescente que caso a escolha que ele faça não seja a mais adequada, ele pode mudar isso no futuro. Acho que o desespero dos jovens vem no sentido de que não pode errar e ter que escolher direito, pois é o que você vai fazer o resto da vida”.

O especialista em gestão educacional acrescenta que essa fase da adolescência é difícil para discernir o que se quer. “Não há uma maturidade totalmente pronta e existe muita pressão para escolher a profissão. Acontece de muitos entrarem na faculdade e, no meio do primeiro ou segundo período, perceberem que não é aquele curso que gostariam de fazer”.

Influências

A advogada Joana Marques, de 42 anos, conta que nunca tentou influenciar os filhos na escolha de suas profissões. “Na nossa família a maior parte é formada em direito. Quando chegou a fase de prestar vestibular chamei cada um para conversar e deixei claro que eu gostaria que fizessem a faculdade que tivesse mais a ver com eles. Expliquei tudo sobre a profissão na área de advocacia e eles ficaram livres para escolher. Hoje tem um formado em engenharia elétrica e outro que pretende se formar em educação física”.