Por conta das baixas temperaturas, as pessoas acabam se aglomerando em ambientes fechados para se protegerem do frio, com portas e janelas trancadas e pouca ventilação. Locais assim favorecem ainda mais a proliferação de vírus e bactérias. Nessa época do ano aparecem as doenças típicas do inverno, como gripe, resfriado, crises de asma, e as popularmente conhecidas como “ites”: rinite, sinusite e otite. No entanto, existem alguns cuidados para prevenir e minimizar os efeitos dessas patologias.
De acordo com o médico otorrinolaringologista Guilherme Leite, essas doenças são mais propensas durante o inverno, pois o vírus é transmitido com mais facilidade. “Em lugares fechados, uma pessoa com uma gripe ou resfriado que tossir ou espirrar, acaba espalhando para as pessoas que estão em volta gotículas cheias de vírus. O recomendado é colocar um lenço na boca e nariz ou cobrir com o dorso do braço, porque isso ajuda a evitar a propagação”. Ele afirma que, por causa dessas patologias da estação mais fria do ano, aumenta a incidência de internações e consultas em torno de 25% a 30%.
Ele explica que o resfriado é causado, principalmente, por dois vírus que são o rinovírus e adenovírus e têm sintomas como febre baixa, nariz entupido, coriza e dor leve no corpo. Geralmente, tem duração de cerca de 7 dias, sendo que os sinais de tosse e obstrução nasal podem persistir por até 14 dias. Já na gripe são quase os mesmos sintomas, porém, mais grave. “É uma doença séria e pode até matar. Ela é causada pelo vírus da influenza e, ao contrário do resfriado, tem prevenção. É muito importante a vacinação, principalmente, em crianças e idosos”.
O especialista recomenda aos pais que, quando a criança tiver febre baixa e o nariz começar a escorrer, espere uns 3 dias. Se depois desse tempo não houver melhora, deve-se procurar um pediatra ou um otorrino. “Nunca é bom ir até o pronto-socorro no primeiro sintoma, porque muitas vezes é um resfriado simples e que vai melhorar sozinho. Quando se vai a um local lotado, a criança que estava com uma coisa leve, pode até voltar com algo mais grave”. Nos dois casos, o médico aconselha estar sempre com as mãos higienizadas e manter uma boa hidratação, seja com água, suco natural ou frutas que tenham muito líquido, como melancia, melão e maçã.
Depois de uma gripe ou resfriado pode surgir uma otite. O otorrino esclarece que o principal sintoma é a dor de ouvido. “Isso acontece porque a mucosa que reveste o ouvido por dentro é a mesma que reveste o nariz. Então, se o nariz está obstruído, provavelmente a tuba auditiva está com seu funcionamento prejudicado, fazendo com que se acumule secreção”.
Também nessa estação do ano, aumentam os casos de rinite e sinusite. “O inverno é uma época mais seca e as partículas de poeira, mofo e ácaros, ficam mais tempo expostas no ar. A rinite é uma inflamação na mucosa do nariz, caracterizada por congestão e obstrução nasal. A sinusite é quando acumula secreção nos seios da face e pode ocorrer um inchaço. Muitas vezes é necessário usar um antibiótico. Nos dois casos é preciso procurar um médico e é sempre bom lavar o nariz com soro”.
O médico salienta que nos meses de inverno também agravam as crises de asma. “Os sintomas dessa doença são falta de ar, tosse e chiado no peito. Muitas vezes, a gripe e rinite podem desencadear crises de asma. É importante, principalmente, os asmáticos procurarem ajuda médica logo no início dos indícios para não agravar a situação”.
A estudante Maiara Galhardo sofre de sinusite e diz que a estação mais fria é a pior, pois sente ainda mais os efeitos do problema. “O nariz fica todo congestionado e dá uma sensação de pressão no rosto que fica difícil até de respirar. Já cheguei a passar noites sem dormir por conta disso. Costumo ter febre também, dor de cabeça e fico bem cansada. Esses sintomas desaparecem em alguns dias”, relata.
Ela conta que faz uso de remédios para combater a condição. “Preciso tomar antibióticos, além de fazer a lavagem do nariz sempre que necessário com soro fisiológico. Faço uso ainda de um descongestionante que alivia a questão do entupimento. Infelizmente, não tem cura, mas tenho seguido as orientações do médico toda vez que a sinusite resolve atacar”, finaliza.