Cientistas políticos ouvidos por nossa equipe avaliam que o candidato ao governo de Minas, Alexandre Kalil (PSD), já deveria ter conquistado uma melhor pontuação em pesquisas eleitorais sobre o pleito deste ano.
Amigos e pessoas próximas ao ex-prefeito de BH acreditam que, a partir de agora, tudo pode mudar com o início da campanha nas ruas, inclusive porque, ao longo das últimas 4 semanas, Kalil intensificou os contatos com as lideranças do interior do estado.
Conflito nas agendas
A imprensa concedeu muito espaço na mídia no episódio em que o governador Romeu Zema (Novo) tentou, mas não obteve sucesso, ter como companheiro de chapa o comunicador Eduardo Costa devido a injunções partidárias. Contudo, esse parece ser um assunto já superado e Zema continua com Mateus Simões (Novo) como vice, além de liderar as pesquisas em quase todas as regiões do estado.
A partir desta semana, os comícios e outros atos de campanha já estarão liberados, embora o horário eleitoral gratuito no rádio e TV só tenha início a partir do fim de agosto.
Se o grupo do candidato Zema parece estar coeso, o de Kalil tem encontrado dificuldades de levar o projeto político para o povão. E, como ele mesmo tem dito, sua campanha será completamente atrelada ao trabalho do ex-presidente Lula (PT) em Minas. E a coordenação de Lula aqui está politicamente sob a tutela do deputado federal Reginaldo Lopes (PT), no entanto, nem sempre tem havido consenso com os demais membros do grupo. Segundo informações, foi difícil acertar a agenda de Lopes com os assessores do Kalil.
Por seu turno, o candidato ao Senado do grupo, Alexandre Silveira, tem feito muitas viagens individualmente, ficando claro que não pretende atuar somente a reboque do projeto de Kalil. Registra-se ainda que Silveira é o presidente do PSD estadual e, por conta disso, tem o cofre da tesouraria da sigla em suas mãos.
Reginaldo Lopes é o representante legal de Lula em Minas Gerais. O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Agostinho Patrus (PSD), assumiu de vez a coordenação dos trabalhos de Kalil. Ele tem feito encontros constantes com prefeitos e outras lideranças. O difícil é haver tempo suficiente para tentar reverter a tendência de muitos deles em apoiar o candidato Zema.
Outra empreitada complexa para o presidente da ALMG diz respeito a sua argumentação para manter ao seu lado os mais de 40 deputados que, ao longo dos 3 anos, fizeram oposição ao atual governador. Em verdade, neste momento, cada parlamentar está em campo e cuidando de sua própria campanha.