O e-commerce brasileiro apresentou um crescimento de 4,3% no número de pedidos no segundo trimestre de 2022 em comparação com mesmo período do ano passado, com um total de 89,6 milhões de vendas on-line. Entre os meses de abril e junho, o comércio eletrônico teve faturamento de R$ 38,4 bilhões, queda de 3,2% em relação ao segundo trimestre de 2021. O levantamento foi realizado pela Neotrust, empresa de inteligência que monitora o e-commerce nacional e conta com a maior base de dados reais e transacionais do mercado digital no país.
De acordo com a Neotrust, houve um declínio no número de clientes únicos no segundo trimestre deste ano, sendo a primeira redução desde o início da pandemia. Segundo a pesquisa, de abril a junho de 2022, o varejo digital contou com 37 milhões de clientes únicos, uma diminuição de 1,4 milhão se comparado a 2021, que obteve 38,4 milhões de consumidores on-line.
Para o gerente comercial, Raphael Carnavalli, fatores como a crise sanitária fizeram com que um público que não comprava virtualmente ou não adquiria tanto, passasse a explorar essa forma no dia a dia. “Outro ponto importante é o prazo de entrega. Hoje, você compra e recebe no mesmo dia, o que é extraordinário. Fora isso, em uma loja física você parcela em 5 vezes, já no virtual, o mesmo produto pode ser dividido em até 24 vezes. Como se não bastasse, ainda há o sortimento oferecido, um site tem produtos que você jamais encontraria em lojas da cidade”.
A vendedora de roupas Aline Santos se agarrou nessa oportunidade. Ela tem uma pequena loja em seu bairro e viu seu negócio crescer mesmo em tempos pandêmicos. “Pouco antes de começar o isolamento, já investia nas redes sociais. Quando a crise sanitária fortaleceu no país, acelerei esse processo. Cadastrei minha loja em vários sites terceirizados e, agora, trabalho no meu próprio site. O e-commerce triplicou meu faturamento”.
O economista Mathias Naganuma aponta que o comércio eletrônico tem desempenhado um papel importante na economia brasileira. “Com o isolamento tivemos uma mudança nos hábitos cognitivos e comportamentais da população, o que ocasionou uma aceleração das relações digitais como um todo. Dessa forma, as lojas virtuais ganharam um espaço ainda maior na vida dos consumidores”.
O especialista afirma que este é um caminho sem volta. “Uma vez tocado pelo digital, a população irá consumir cada vez mais no modelo on-line por praticidade, preços atrativos, formas de pagamento mais diversificadas, entre outras vantagens. Outro ponto que merece destaque é a chegada da conexão 5G, que abrirá portas a novos serviços, produtos e modelos de negócios, potencializando ainda mais o setor do e-commerce no país”, conclui.