O engenheiro agrônomo e pecuarista de corte Antônio Pitangui de Salvo é o novo presidente do Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg). O mineiro de Curvelo, região Central do estado, é filho de Antonio Ernesto de Salvo, fundador do sindicato rural do município e ex-presidente da Faemg e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Além do atual cargo, Salvo é presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da Comissão Nacional de Pecuária de Corte da CNA. Sua administração segue até 2025 e, em entrevista ao Edição do Brasil, ele detalha seus principais objetivos à frente da Federação.
Quais serão as bandeiras defendidas na sua gestão?
Pretendemos fazer o Sistema Faemg, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Instituto Antonio Ernesto de Salvo (Inaes) e sindicatos ainda mais representativos e legítimos. Para isso, iremos atuar na capital não apenas institucionalmente, mas também com constante presença no interior. Além disso, como toda empresa moderna, vamos torná-lo eficiente nas diferentes demandas do nosso agro.
Atualmente, quais são as principais demandas do agronegócio mineiro?
Durante o período de campanha, sentimos que são muitas as demandas nas diversas regiões mineiras. Mas, certamente, o aumento da união e da comunicação são reivindicações comuns e fundamentais. Faremos uma pesquisa de clima com todos os 386 Sindicatos de Produtores Rurais de Minas Gerais para termos um diagnóstico individual e preciso dos nossos representados.
Quais são os seus projetos para o agronegócio de Minas Gerais em 2022?
Melhorar a posição de Minas no ranking dos produtos agropecuários. É cedo para dizer quais deles irão liderar porque nossa meta é que os artigos do estado tenham cada vez mais valor e possam ser produzidos e ofertados tanto para o mercado mineiro quanto nacional. Já somos líderes com o café e o leite, mas temos que continuar evoluindo. No Norte de Minas, por exemplo, somos fortes na produção de banana. Temos ainda itens como os queijos artesanais, a cana, açúcar e álcool, onde ainda podemos avançar muito, conquistando assim uma posição mais firme no Brasil.
O senhor já declarou que seu lema será “Menos BH, mais interior”. A Faemg se afastou dos produtores rurais do interior do estado?
Nos mais de 40.000 km percorridos, visitando os Sindicatos de Produtores Rurais dos municípios mineiros, ouvimos essa demanda com muita frequência. Por isso, o lema da nossa gestão, “Menos BH, mais interior”, é o caminho para dar mais legitimidade e representatividade ao Sistema Faemg.
Vivemos uma era em que as medidas de contenção às mudanças climáticas geram intensos debates no mundo todo. Quais são os compromissos da Faemg na busca por um agronegócio sustentável?
Temos o compromisso de oferecer, via Sistema Faemg, especificamente com o Inaes, uma constante inovação tecnológica. E, por meio do Senar, oferecemos uma maior e mais qualificada assistência técnica gerencial para a melhoria da eficiência e da produtividade dentro das propriedades rurais, gerando mais sustentabilidade ambiental, econômica e social.
Nos últimos meses, acompanhamos os embargos chineses em relação à carne bovina mineira. Atualmente, como está essa situação?
O embargo não foi só com a mineira, mas toda a carne brasileira. A China continua fechada, mas o governo federal atuou e abriu outros mercados, como a Rússia. Sendo assim, os preços para o produtor já estão voltando aos patamares anteriores. Vale reforçar que o caso que levou a esse impedimento foi atípico e acometeu dois animais velhos. Episódios como esse acontecem. Nosso dever é continuar mantendo a sanidade do rebanho mineiro e brasileiro, que produz sua carne de forma sustentável e com muita qualidade.
Qual legado o senhor pretende deixar no Sistema Faemg até 2025?
Reafirmo que somente com inovação tecnológica, assistência técnica, união e comunicação dentro da cadeia produtiva mineira poderemos seguir avançando. A nossa gestão, por enquanto, está preocupada em atuar positivamente, decisivamente, cotidianamente para trazer melhorias contínuas ao produtor rural mineiro e atuar em sua defesa. Esta é a obrigação legal do nosso Sistema Faemg.