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Cenário atual é completamente desfavorável ao MDB de Minas

Julvan Lacerda tem dito a pessoas próximas que não se sente à vontade no MDB | Foto: Divulgação

Há cerca de duas décadas, o MDB mineiro se regozijava do fato de haver elegido Itamar Franco ao cargo de governador, Newton Cardoso de vice e Anderson Adauto como presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Na oportunidade, os gabinetes oficiais no estado eram entupidos de vereadores e prefeitos da sigla avaliada como a mais poderosa de Minas e do Brasil.

Se o partido era conceituado como forte no municipalismo, agora, amarga um número inferior de prefeitos filiados, ou melhor, devidamente eleitos no pleito de 2020, abrindo espaço neste campo para as siglas menores.

O ex-presidente da ALMG, Adalclever Lopes, deixou o MDB, onde ocupava o cargo de diretor tesoureiro, para se filiar, com pompas e circunstâncias, ao PSD. Ele, inclusive, irá assumir o mesmo cargo na sua nova casa e, com isso, começa-se a perceber um indicativo de derrocada definitiva dos emedebistas mineiros.

A lista de filiados abandonando o barco pode estar apenas começando. Desde o meio deste ano, o atual presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda, tem dito a pessoas próximas que não se sente à vontade como membro do velho partido fundado por Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e Teotônio Vilela. Quem é participante das lides políticas de Minas sabe da importância de Julvan, com seu leque de apoio e liderança junto a mais de 500 prefeitos do estado.

Outro nome já de malas prontas rumo a uma nova experiência é Bruno Siqueira. Ex-deputado estadual e ex-prefeito de Juiz de Fora por mais de um mandato, ele já anunciou sua ida para o Avante, presidido nacionalmente pelo deputado federal mineiro Luis Tibé. Com seu estilo carismático, Bruno tem um elevado grau de influência na Zona da Mata Mineira, onde sempre atuou politicamente.

De acordo com a assessoria de Siqueira, o motivo dele assumir essa nova trilha tem a ver com a expectativa de ajudar a aumentar o crescimento do Avante em Minas. Atualmente, já são 60 prefeitos no estado e inúmeros vereadores. Segundo avaliação, a intenção também é passar dos atuais 7 para 20 parlamentares federais em todo o país.

Alguns matemáticos da política mineira apostam até mesmo na dificuldade do MDB para formação de chapa com candidatos em número suficiente para atender os requisitos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Esse é um grande dilema para o presidente Newton Cardoso Júnior

Sucessão estadual

Como propalado pela imprensa, o Avante já acertou parceria para apoiar a reeleição do governador Romeu Zema (Novo). Por outro lado, a presença de Adalclever Lopes no PSD, com filiação sendo apadrinhada pelo presidente nacional, o ex-ministro Gilberto Kassab, tonifica a proposta política do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, na empreitada de enfrentar o governador do estado nas eleições de 2022. Aliás, Kalil e Zema praticamente não têm ficado mais em BH nos finais de semana. Estão garimpando apoio pelo interior do estado.