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Tentativas de fraude no e-commerce sobem 32,7% no primeiro semestre

Por: Daniel Amaro
Publicado em: 13/08/2021 às 17h26


Estudo monitorou mais de 152 milhões de transações digitais nos 6 primeiros meses deste ano – Foto: Divulgação

A internet proporciona facilidade e comodidade na hora de adquirir um produto. É por essas e outras razões que o comércio eletrônico tem crescido a cada dia. No entanto, os golpes na modalidade também aumentaram e afetam milhares de consumidores. As tentativas de fraudes em compras on-line subiram 32,7% no primeiro semestre de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020. A informação é do estudo “Mapa das Fraudes”, elaborado pela ClearSale, empresa especialista em soluções antifraude.

A esteticista Laura Marques estava no trabalho quando recebeu uma notificação no aplicativo (app) de seu banco avisando sobre uma compra no cartão de crédito no valor de R$ 1.199,90 no site de uma loja de departamento. “Quando vi a mensagem imaginei ser engano, mas quando acessei o app percebi que o limite havia sido usado. Fiquei nervosa e a primeira coisa que fiz foi bloquear o meu cartão. Ao ligar no atendimento ao consumidor, confirmaram a operação e eu disse que era uma possível fraude e que não tinha feito essa aquisição”, afirma.

Ela conta que a instituição financeira explicou que a compra já havia sido processada pelo estabelecimento. “Seria necessário abrir uma contestação e aguardar o prazo de 90 dias. Deram-me um crédito de confiança no mesmo valor até a investigação ser concluída. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer e fiquei um pouco insegura com as transações feitas virtualmente. Acredito que meus dados possam ter sido roubados. Agora, deixo o cartão sempre bloqueado e só libero quando vou utilizá-lo”, conclui.

Situações como essa são mais comuns do que se imagina. O levantamento da ClearSale monitorou mais de 152 milhões de transações nos primeiros 6 meses de 2021. Deste montante, 2,6 milhões foram tentativas de fraudes, correspondendo a R$ 2,6 bilhões. No mesmo período do ano passado foram analisadas 121,3 milhões de transações digitais, sendo que 2 milhões foram tentativas de roubo de golpistas. O valor total correspondia a R$ 2 bilhões.

Os consumidores estão adquirindo produtos com mais frequência pela internet, principalmente por conta do isolamento imposto pela pandemia de COVID-19. “Os criminosos sabem disso e estão se sofisticando cada vez mais. O crescimento do e-commerce, com mais pessoas comprando e gastando mais em cada pedido, está diretamente relacionado ao aumento das tentativas de fraude. É necessário redobrar os cuidados”, alerta Omar Jarouche, diretor de marketing e soluções da ClearSale.

A categoria que mais houve tentativa de golpe durante a compra segue sendo a dos celulares, respondendo por 5,1%, seguido por produtos eletrônicos (4,9%) e games (4,2%). “O smartphone, por exemplo, tem valor líquido muito grande no mercado secundário, podendo ser facilmente revendido para gerar lucro rápido. Por isso, ele costuma liderar a lista de produtos com mais chances de fraude”.

Fraudes mais comuns

A pesquisa da ClearSale identificou ainda os golpes mais comuns de acontecer no Brasil. Na fraude efetiva, os bandidos conseguem dados financeiros das vítimas para realizar compras em lojas virtuais. “Na hora de pagar, usam informações roubadas de cartões de crédito de outros consumidores. Como elas são verdadeiras, esse golpe é conhecido também como fraude limpa”, explica Jarouche.

Já a fraude amigável acontece quando alguém próximo do titular usa os dados do cartão sem consentimento do proprietário. “Por exemplo, um filho que faz a compra de um game escondido dos pais. Sem saber que isso aconteceu, o titular não reconhece a compra e pede o estorno”.

Por último, a autofraude ocorre quando o fraudador é o próprio titular. “Ele efetua a compra e, após receber o produto, entra em contato com a administradora do cartão para contestar o lançamento na fatura como se não reconhecesse a dívida”, conclui.