As eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022 começariam no dia 27 de março, contudo, a disputa foi adiada devido a pandemia do Coronavirus e não tem data para acontecer. Mas, é válido adiantar que trata-se de uma competição interessante até pelo nome. Devia ser chamada de classificatória, pois este é o seu objetivo. Mas é chamada de eliminatória, ou seja, dá destaque maior para quem vai ser eliminado. Coisas do futebol.
No total serão 18 jogos contra os rivais sul-americanos. Jogos de ida e volta. Vamos jogar contra Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. A competição se estende até meados de novembro de 2021. Os quatro melhores colocados carimbam o passaporte para Copa. O quinto vai precisar encarar disputa extra contra seleção de outro continente a ser definido.
Parece tarefa fácil, mas não é. Nossa seleção nunca ficou fora de uma Copa do Mundo, mas o futebol brasileiro vem caindo muito de produção. Existe até uma grande dúvida: os adversários melhoraram muito ou é o nosso futebol que piorou demais? – Fica a pergunta.
O professor Tite, que assumiu o comando em 2016, tem um histórico bem razoável. 48 jogos, 32 vitorias, 7 empates e 02 derrotas. Marcamos 100 gols, sofremos apenas 17, entretanto, perdemos a glória maior: a Copa do Mundo de 2018.
Tite que começou seu trabalho como unanimidade nacional, o único capaz de resgatar o futebol mágico do Brasil, atualmente, é visto com desconfiança entre vários analistas e torcedores. Sem outra opção melhor no momento, vamos com Tite e sua turma para a disputa com o otimismo de sempre, acreditando inclusive que a vaga já está garantida.
Na verdade, o professor Tite já tem sua base formada. Quase todas as posições estão preenchidas, fruto dos vários jogos disputados nos últimos anos.
No gol temos Alisson, considerado o melhor do mundo. Não participa dos primeiros jogos porque está contundido. Ederson é o reserva imediato. O terceiro goleiro ainda não está definido. Na zaga temos os experientes Marquinhos e Tiago Silva e os jovens Éder Militão e Felipe. Temos outros bons zagueiros que podem ser chamados.
Para o meio de campo temos bons valores, Casimiro, Artur, Fabinho, Everton Ribeiro, Bruno Guimarães e Phillipe Coutinho. Este último é muito questionado. Seu futebol caiu muito e temos outros bons talentos que podem ser aproveitados.
Para o ataque a fartura é boa. Neymar, Firmino, Richarlison, Gabriel Barbosa, Bruno Henrique, Gabriel Jesus e Bruno Henrique. Evidente que no transcorrer da temporada uma ou outra surpresa pode acontecer. O celeiro é imenso. No Brasil, quando menos se espera surge um novo talento. Sempre foi assim.
Em termos individuais não temos dificuldades. O que pesa mesmo é o coletivo. Transformar o alto potencial individual de cada bom jogador num time bem ajustado em termos técnicos e táticos é o nosso maior drama. O jogador brasileiro, geralmente, é disperso, vaidoso e com dificuldades em focar determinados objetivos.
Com pouco prazo para treinamentos mais apurados, o trabalho do treinador e da comissão técnica é de fundamental importância. Tite tem uma responsabilidade enorme em suas mãos. É um dos poucos treinadores que tem a oportunidade de preparar nossa seleção para disputar duas copas. Se não for bem agora, dificilmente vai chegar lá.
Eliminatórias e Copa América que serão disputadas em paralelo precisam servir como laboratório para o momento maior: a próxima Copa. É o que interessa.
Desde 2002 não chegamos lá. Vinte anos sem levantar a taça de campeão do mundo é muito tempo para o chamado país do futebol. É um grande castigo.
Vamos lá seu Tite. Arregaça as mangas e agita sua turma.
*Presidente da Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE)
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