A brincadeira acontece na festa em família, na reunião entre amigos e, até mesmo, na confraternização dos colegas de trabalho, mas para o comércio o amigo oculto é coisa séria. De acordo com o estudo da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), aproximadamente, R$ 5,1 bilhões serão injetados na economia nacional devido a tradição.
Além do mais, neste ano, o gasto por presente será de R$ 59,49, sendo que 34% dos brasileiros que comprarão presentes no Natal vão participar, em média, de um ou dois amigos ocultos e cerca de 10% devem entrar em três ou mais confraternizações, é o que mostra a pesquisa realizada em 27 capitais.
Em contrapartida, para 47% dos brasileiros, economia na hora de comprar o presente é a palavra de ordem. O estudo revela ainda que 50% vão participar por gostarem da interação, enquanto que 13% só entram no jogo para não serem considerados antissociais.
Segundo o educador financeiro do SPC Brasil José Vignoli, a confraternização coletiva resolve a obrigação de ter de presentear várias pessoas, já que cada um se encarrega do seu amigo e, no fim, ninguém fica sem presente. “No amigo oculto é mais fácil acertar, porque as pessoas sugerem o que querem e o grupo decide um teto de valor. É preciso focar no preço estipulado, muita gente pensa que é pouco, mas, se foi acordado por todos, não tem porque não seguir. Além disso, a pessoa precisa ver se esta quantia está dentro do que ela pode gastar”.
Vignoli orienta também que a pessoa deve dosar a quantidade de amigo oculto que irá participar. “Tem gente que entra em todos que é chamado e, no fim, acaba gastando mais do que pode”. A fisioterapeuta Priscila Damasceno caiu nessa tentação ano passado. “Entrei no amigo oculto das famílias paterna e materna, no trabalho, em um só de amigas, na faculdade e na academia. No fim das contas foram R$ 400 só na brincadeira. Ainda comprei presente para meus afilhados e o Natal ficou bem mais caro”.
Este ano, ela decidiu entrar apenas nos grupos das famílias e trabalho. “Ficaria chato eu ignorar o evento acontecendo onde estou diariamente, mas sugeri valores mais baixos e todo mundo topou, o importante é a confraternização”.
Sem gastar quase nada
Para quem não quer gastar quase nada, existe o “Amigo criativo”, que consiste em presentes feitos pela própria pessoa. Na roda de amigos da esteticista Graziely Brigido, a brincadeira será assim. “Nós pensamos nisso, pois alguns estão bem apertados. Entretanto, essa é uma tradição, desde que saímos do ensino médio”.
O combinado foi cada um confeccionar o presente do seu amigo. “Claro que a gente acaba gastando alguma coisa, mas é um valor muito baixo, eu mesma precisei desembolsar R$ 5, o restante, tinha em casa. Usei e abusei da criatividade e estou ansiosa para ver a reação de quem vai receber”.