A contagem regressiva para a data preferida do varejo já começou. Os comerciantes adoram o Natal e não é para menos, além da troca de presentes, é dia de mesa farta. Mas o consumidor precisa ficar atento, pesquisas realizadas na capital mineira e em Juiz de Fora, na Zona da Mata, constataram que os preços dos itens que costumam estar presente na ceia natalina podem variar em mais de 300%.
Em Belo Horizonte, o site Mercado Mineiro analisou o preço de 75 produtos em cerca de 22 estabelecimentos nas diferentes regiões da cidade. Na categoria de carnes, o bacalhau é o alimento mais salgado para o bolso. “Um quilo de bacalhau, por exemplo, chega a 168% de diferença, é possível encontrar de R$ 29,80 até R$ 69,80. Até o lombo suíno, que é uma carne do dia a dia, encontra-se por R$ 10,79 a R$ 25,79, ou seja, variação de 139%”, alerta Feliciano Abreu, coordenador do site que pesquisa e compara preços de BH e região metropolitana há 17 anos.
Segundo Abreu, é comum que a diferença nos preços da capital fique acima de 80%, por isso, o consumidor que gosta de antecipar as compras precisa estar disposto a pesquisar. As frutas secas características da data também apresentaram grandes oscilações nos valores. O quilo de damasco pode ser encontrado por R$ 20 e chegar a R$ 49,90, variação de 149,5%. Nem as frutas comuns ficaram de fora. Em BH, um quilo de banana prata pode ser comprado por R$ 1,49 na Zona Leste ou até R$ 6,90 na área Central, uma oscilação que chega a 363,09% na ponta do lápis.
Em Juiz de Fora, a diferença de valores entre oito supermercados pode chegar a 379,7%. O “Guia do Consumidor Especial de Natal”, realizado pela Secretaria de Agropecuária e Abastecimento (SAA), compara os preços de 59 produtos típicos das festas de fim de ano divididos nas categorias carnes, bebidas, frutas e enlatados, considerando, no geral, as marcas mais baratas.
Conforme o levantamento, a maior variação corresponde ao custo da cereja em calda, cujo quilo pode variar de R$ 14,99 a R$ 71,90, diferença de 379,7% entre supermercados. Outro item com grande discrepância de preços, 326,9%, é a uva-rubi, que custa entre R$ 6,48 e R$ 14,90.
Dentre as carnes, o tender sem osso lidera a lista, com 112,4% de variação. O quilo pode ser encontrado entre R$ 16,90 e R$ 35,90. O palmito em conserva inteiro foi o enlatado com maior diferença registrada (149,9%). A embalagem de 300g custa R$ 7,40 no supermercado mais barato e R$ 18,49 no mais caro. Entre as bebidas, destaque para o vinho tinto nacional (241,9%). A embalagem da bebida com 750 ml custa entre R$ 6,99 e R$ 23,90.
É a primeira vez que o município realiza o levantamento, que está disponível no site da prefeitura, para “orientar o consumidor, informá-lo onde está o melhor preço médio e ajudá-lo a economizar dinheiro e tempo”, explica o assessor da SAA, Dalton Abud.
De olho nas dicas
Para Abud, os preços ainda podem variar bastante até o dia 24 de dezembro. “Os produtos inerentes à época natalina, como castanhas, nozes e passas, são muito perecíveis, portanto, na medida em que o tempo passar pode ocorrer uma majoração próximo ao dia do Natal”. A dica é se antecipar.
Abreu alerta que a falta de informação sobre o custo é grande, o que pode abrir margem para preços abusivos. “São produtos que você compra uma vez e não guarda o valor do ano anterior”, explica. Segundo ele, para quem costuma exagerar, uma boa opção é comprar a granel. “Porque assim, você adquire a quantidade exata que precisa. Além de que, teoricamente, você está levando para casa um produto mais fresco”.
A atenção as datas de validade também precisa ser redobrada, lembra Abreu. “Pode acontecer de colocarem sobras do ano anterior à venda. Também não deixe a emoção do fim do ano falar mais alto, faça uma mesa farta, mas dentro das suas possibilidades e pesquisando bastante”.