Nos bastidores da Assembleia Legislativa de Minas Gerais já não se fala mais na possibilidade do deputado Agostinho Patrus (PV) ser eleito. Isso agora virou uma certeza, a esta altura, ele não tem concorrente no pleito à presidência da Casa. O parlamentar está gozando da ousadia de ter se lançado na disputa de maneira antecipada, tomando todos os espaços inicialmente pleiteados por vários de seus companheiros.
Presidente estadual do Partido Verde, Patrus não está sozinho nesta caminhada. Com ele está um imenso bloco de colegas e partidos diferentes, basicamente os representantes de siglas que estiveram unidos no primeiro turno. Atualmente, esse conjunto tem o comando do presidente da Assembleia, Adalclever Lopes (MDB), tido como o articulador capaz de conduzir a sucessão inteira da futura mesa diretora com chapa única.
A denominada grande imprensa estadual registrou, semana passada, o apoio dos quatro deputados do Partido Novo a Patrus. Mas, na realidade, sua campanha conseguiu fôlego ainda na primeira quinzena de novembro, quando ele obteve sinal verde do PSDB, com seus sete integrantes.
Outros cargos
A eleição para renovação da mesa do Legislativo ocorrerá no dia 1º de fevereiro. Enquanto isso, entra na reta final os entendimentos para os nomes a serem eleitos para os demais cargos. O mais disputado é o de primeiro-secretário por se tratar de um posto estratégico, uma espécie de prefeito da Casa. Estão no páreo o deputado Tadeu Martins Leite, o Tadeuzinho (MDB) e os petistas André Quintão e Virgílio Guimarães. Martins tem 7 votos e os outros dois contam com 10 representantes, ou seja, a maior bancada. Dialogando com pessoas próximas, Guimarães teria confessado que só colocaria seu nome, caso o seu companheiro Quintão não aceitasse o desafio.
Vale dizer que o PT e MDB continuam nesse embate que ninguém sabe onde vai parar. Possivelmente isso só se resolverá no final do mês de janeiro. Entre os partidos maiores, falta encontrar uma colocação honrosa destinada ao PSDB, aliado de primeira hora de Patrus. Quando esteve no Sul de Minas, o parlamentar tucano Antônio Carlos Arantes teria adiantado sobre sua ida para o posto de vice-presidente. Neste afunilamento restam poucas opções para serem barganhadas: apenas os lugares de segundo e terceiro secretário, cada um com sua particularidade, porém, são posições sem muita visibilidade externa, ficando responsável por temas relacionados ao dia a dia da Casa.
Quando retornou do exterior, o governador eleito Romeu Zema (Novo) recebeu de seu vice, Paulo Brant, um completo relatório de suas incursões relacionadas à sucessão na Assembleia. No geral, o chefe do Executivo não terá dificuldades de conviver com os representantes da Casa, pelo menos nos primeiros meses de governo. Pela análise feita, não há expectativa de uma oposição acirrada, embora tudo possa mudar no decorrer do segundo semestre.
Consta dos bastidores que o PT observa as primeiras medidas oficiais emanadas do Palácio da Liberdade para saber como agir. Ao que tudo indica deve haver boa vontade inclusive do PSDB, partido do candidato derrotado no segundo turno, Antonio Anastasia.