O Papai Noel promete ser simpático e “dar presentes” para todos neste ano. De acordo com dados da pesquisa realizada em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), espera-se que mais de 110,1 milhões de consumidores presenteiem alguém no Natal, o que deve movimentar aproximadamente R$ 53,5 bilhões na economia.
Em termos percentuais, 72% dos brasileiros planejam comprar presentes, número que se mantém elevado principalmente nas classes A e B (83%). Apenas 9% disseram que não vão presentear, sendo que 26% optaram por não fazer isso porque não gostam ou não têm o costume, 23% por estarem desempregados e 17% por não usem dinheiro. Já 19% ainda não se decidiram em relação às lembrancinhas do fim do ano.
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, ressalta que a tendência para este ano é manter as mesmas expectativas em relação ao ano passado. “O que esperamos para o Natal de 2018 é uma estabilidade em relação ao de 2017 e isso é bom, afinal passamos de um período de uma grave crise financeira e esse movimento representa que estamos nos recuperando”.
Apesar da estagnação, o período natalino representa a maior arrecadação para o comércio. “O Natal continua sendo uma data importante. Ele arrecada mais do que as quatro principais datas comemorativas juntas – os dias das Mães, dos Namorados, dos Pais e das Crianças”.
A pesquisa mostra que, em média, os consumidores devem comprar de quatro a cinco presentes e o valor médio com cada item será de R$ 115,90, sendo maior entre os homens (R$ 136,51). Ademais, o número de pessoas que pretendem desembolsar entre R$ 101 e R$ 200 cresceu na comparação com 2017, passando de 10% para 16%, e o percentual chega a mais de um terço (33%) na faixa acima de 55 anos. Porém, uma parcela considerável de consumidores (33%) ainda não decidiu qual ao valor a ser desembolsado.
O estudo revelou também que neste ano haverá mais disposição para gastar, quase um terço (27%) dos que compraram presentes em 2017 irá gastar um valor superior este ano (alta de oito pontos percentuais na comparação com 2017) e 30% planejam empregar a mesma quantia. Dos quem vão desembolsar mais neste ano, 29% afirma que irão adquirir um presente melhor, enquanto 25% reclamam do aumento dos preços, principalmente as classes A e B (41%). Há também 22% que economizaram ao longo do ano para investir mais nos presentes natalinos, em especial as mulheres (33%).
Todavia, 22% querem diminuir nas compras neste ano e a principal razão é a situação financeira ruim e o orçamento apertado (34%). Já 30% afirmaram que querem economizar, enquanto 14% possuem outras prioridades de compra, como a casa própria ou um automóvel, e 12% estão desempregados.
Marcela reitera que a pesquisa foi feita em outubro e, por isso, o 13º salário não foi contabilizado. “Ainda temos 19% de pessoas que não sabem se irão às compras, mas, se a economia melhorar até dezembro, pode ser que elas mudem de ideia”.
Natal feliz
A jornalista Priscila Mendes irá fazer a família toda feliz. Ela conta que, neste ano, pretende dar presentes para o namorado, irmã, sogra, mãe, pai, cunhado, madrasta, padrasto e sobrinho, sendo que para os dois primeiros serão mais de uma lembrancinha. Sua pretensão é gastar em torno de R$ 30 a R$ 300. “Ainda nem saiu o 13°, mas adoro dar presentes, até mesmo fora de época. Então, já no mês de novembro, para ficar livre do tumulto de dezembro, corro e compro tudo”.
Já na família de Shandiney Miranda, jornalista, o que era tradição agora ficou no passado. Ele conta que sempre faziam um amigo-oculto para animar o Natal, porém, a partir deste ano, não haverá mais. “Fizemos isso justamente para economizar, pois janeiro e fevereiro são meses difíceis e temos várias contas, como o IPVA, IPTU, material escolar etc”.