Após 15 anos de governos do PSDB e PT, os mineiros resolveram dar uma chance para o Novo, do empresário Romeu Zema. Natural de Araxá, ele administra uma das maiores redes de lojas de Minas Gerais e, agora, encara seu maior desafio: gerenciar um estado com 853 municípios.
E para saber quais são os planos do novo governador, o Edição do Brasil conversou com Zema em uma entrevista exclusiva.
Fala-se que o cenário financeiro de Minas é pior do que divulgado. Você já tem noção real dessa situação?
Ainda estamos no processo de formar a equipe de transição. Quando tivermos acesso aos dados do atual governo é que saberemos a real situação da calamidade financeira.
Ainda sobre as dívidas do Estado, o que pretende fazer para saná-las?
Como disse durante a minha campanha, vamos enxugar a máquina pública de uma forma nunca vista na história da administração pública brasileira. Vamos cortar 80% dos cargos de indicação política, reduzir o número de secretarias de 21 para nove, acabar com as mordomias e privilégios, entre outras medidas.
Existe a possibilidade de privatizar alguma empresa? Se sim, quais?
Chegamos a falar em privatização de algumas empresas, porém, avaliamos que o valor que elas têm hoje no mercado não resolveria em nada a situação de insolvência estadual. Primeiramente, teremos de reestruturar essas empresas, resgatando seu real valor, para aí sim, se for o caso, pensar em privatizá-las, mas sempre com o foco no consumidor mineiro. Só faremos isso quando a população for beneficiada com a melhoria de serviços e redução de preços.
Há possibilidade de privatizar a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG)?
Num primeiro momento, não. Futuramente, para que as universidades continuem crescendo e possam fomentar pesquisas, podemos pensar em buscar novas fontes de receitas, por meio de parcerias público-privadas. Porém, com a certeza de que os alunos não serão prejudicados.
Como vai ser a sua relação com os partidos na ALMG e, principalmente, com o PT, que elegeu a maior bancada?
Meu relacionamento será baseado num diálogo próximo e transparente com os parlamentares de todos os partidos, além do respeito à independência e harmonia dos Poderes. Quero me aproximar do Legislativo, pretendo, inclusive, visitar a Assembleia constantemente. Manter o diálogo com todos os 77 deputados mineiros. Os atuais e os eleitos para a próxima legislatura. Para recuperar Minas, precisamos da parceria harmônica entre Executivo, Legislativo e Judiciário.
Como você enxerga seu relacionamento com o novo presidente do Brasil?
Espero ter um ótimo relacionamento com Bolsonaro. Não é só Minas que está quebrada, todo o país está mergulhado numa crise profunda. E acredito que todos nós prefeitos, governadores e presidente, juntos, vamos trabalhar da melhor maneira para recuperar o Brasil.
Como vai funcionar o recrutamento dos seus secretários?
O partido vai auxiliar na contratação da empresa de recrutamento para selecionarmos a melhor equipe de primeiro escalão que já trabalhou por Minas Gerais.
Sobre os secretários, você acredita que eles vão aceitar trabalhar sem receber?
Acredito sim. Eles serão escolhidos já sabendo que temos esse compromisso no nosso Governo. Enquanto os servidores não estiverem recebendo integralmente e na data certa os seus vencimentos, não teremos salário. Nada supera o exemplo.