Não é novidade que os direitos que a mulher possui na sociedade foram conquistados a base de muita luta. Uma meta que ainda não foi alcançada e que divide opiniões é o fato elas ainda receberem menos que os homens. De um lado, tem quem acredite que o salário deveria ser igual entre ambos os gêneros. De outro, que o sexo feminino deve receber menos por inúmeros motivos, um deles é engravidar.
Entretanto, uma pesquisa do Instituto Locomotiva apontou que, se recebessem o mesmo salário que os homens, as mulheres injetariam R$ 482 bilhões a mais na economia nacional. Para a diretora executiva do instituto Maíra Saruê, a questão é um prejuízo tanto para a vida delas, quanto para a estrutura financeira do país.
Hoje, as mulheres recebem 76% da remuneração masculina. Estima-se que os homens recebam, em média, R$ 2.517, enquanto que as mulheres ganham R$ 1.974. Contudo, segundo o estudo, elas passam a ingressar o mercado com mais força. Em 20 anos, o Brasil passou a ter 8,4 milhões de mulheres a mais no ambiente de trabalho formal.
No Brasil existem 107 milhões de mulheres e se as brasileiras fossem um país, seria o 13° em população. Sendo que 45% delas são chefes de família, enquanto os homens gastam 47 horas mensais com afazeres domésticos as mulheres tiram 92 horas do mês para a casa.
Se as atividades domésticas fossem valorizadas e as mulheres ganhassem por essas tarefas o que recebem no mercado, elas receberiam, juntas, somariam R$ 1,1 trilhão a mais por ano.
Atualmente a mulher movimenta R$ 1,8 trilhão na economia anual. E, mesmo recebendo menos, pagam o que é conhecido como taxa rosa. No mercado, um que é voltado para o público feminino custa 7% a mais do que um produto feito para os homens. “Os artigos de higiene são um grande exemplo disso”.
Mas, de acordo com Maíra, as mulheres não gastam só com elas. “Muitas são responsáveis pela compra de alimentos e todos os produtos necessários para o abastecimento do lar. E, ainda assim, pagam mais caro nos produtos”.
A pesquisa apontou que a cada R$ 100 recebidos no Brasil, R$ 42 são das mulheres.
O que falta?
Maíra elucida que a presença da mulher na economia tem crescido devido a independência. “Antes o homem era visto como provedor, hoje as mulheres são mais autônomas financeiramente e isso muda tudo. O cenário deixa claro que elas estão tendo um protagonismo fora e dentro de casa”.
Contudo, ainda falta políticas públicas voltadas para a igualdade salarial. “Além do comprometimento das empresas em colocar a mulher nos cargos de liderança. Entender que somos capazes de fazer a mesma função e, por isso, merecemos receber o mesmo salário”.