Devido ao cenário econômico de recessão que atingiu o Brasil nos últimos anos, em 4 anos, o número de Microempreendedores Individuais (MEI) aumentou 69% no Estado. Segundo dados do Sebrae Minas, até o final de 2017, já eram cerca de 852 mil formalizados, 349 mil a mais do que o mesmo período de 2014. Além disso, Minas representa 10,8% do número de MEI dos 4,6 milhões em todo o país.
O Estado continua ocupando o terceiro lugar no ranking com o maior índice de formalizados, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. No ano passado, 122,5 mil mineiros se tornaram MEI, um aumento de 16% se comparado com 2016, em que 109,6 mil pessoas se formalizaram.
Em relação às regiões de Minas, o Centro (321.538), Zona da Mata e Vertentes (103.961) e Sul de Minas (96.899) são os locais que concentram mais da metade (61%) dos formalizados, sendo que juntos somam mais de 522 mil MEI.
No ranking das 10 cidades mineiras com maior número de empreendedores estão Belo Horizonte (151.663), Contagem (35.835), Uberlândia (32.824), Juiz de Fora (25.384), Betim (21.120), Ribeirão das Neves (13.819), Divinópolis (13.811), Ipatinga (13.170) e Governador Valadares (12.869).
A analista do Sebrae Minas Tania Mara De Nardi afirma que o período de desaceleração da economia nacional coincidiu com o aumento de empreendedores. “Outro fator que também percebemos é que as pessoas com renda fixa e que trabalham com carteira assinada estão se formalizando para poder fazer um complemento na renda. Elas aproveitam que tem uma habilidade para ganhar com isso”.
Esse foi o caso da fotógrafa Ane Faria. Ela conta que se formalizou há 3 anos, após pedir demissão de um emprego para abrir o próprio negócio. “Assim que sai da minha antiga ocupação, pesquisei como me formalizar, pois queria estar em dia com a lei e, caso eu precise me afastar das minhas atividades, estou coberta pelo INSS”.
Ane conta que decidiu ser microempreendedora pelas facilidades que essa modalidade oferece. “O MEI era o que estava mais próximo da minha realidade de faturamento e, como trabalho sozinha, é o ideal. Caso precise de um funcionário, essa categoria ainda pode me abranger. Além do mais, é simples na hora de declarar e para emissão de nota fiscal”.
Atividades com mais MEI
Segundo a pesquisa, a atividade que mais concentra formalizados na categoria de MEI é cabeleireiro. Essa ocupação superou a de comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (73.626 MEI) em 2017 e fechou o ano com 75.271 empreendedores. “O mineiro é vaidoso, principalmente a mulher. Observamos que as pessoas deixam de comprar outros materiais, como bolsa e roupa, mas não esquecem de cuidar do cabelo”, afirma a analista do Sebrae Minas.
Tania afirma que a formalização continuará crescendo, apesar da economia apresentar sinais de melhora. “A faixa de renda que o MEI atinge ajuda as pessoas a se formalizarem, porque possibilita um crescimento maior”.
[table “” not found /]