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Instagram fatura US$ 20 bi com publicidade em 2019

O crescimento da rede social Instagram tem refletido nas formas de consumir e, automaticamente, de vender. Prova disso é que, no ano passado, a mídia arrecadou US$ 20 bilhões só em propagandas, o que representa um quarto do total faturado pela empresa-mãe, o Facebook, companhia de Mark Zuckerberg. O número mostra que o Instagram saiu na frente do YouTube, que angariou US$ 15 bilhões com a mesma fonte em 2019 (10% da receita total do Google). Outro destaque é que, ao contrário do YouTube, por exemplo, o Instagram não compartilha seus ganhos de publicidade com todos os criadores de conteúdo.

O fundador e CEO da Reapm, empresa especializada em marketing programático, David Reck, explica que o Instagram vem ganhando evidência no ecossistema financeiro do Facebook, empresa que o comprou em 2012 por US$ 715 milhões. “O aumento considerável de usuários ativos, o inovador e diversificado sistema de investimento em anúncios, que possibilitou às marcas venderem seus produtos, nos mais variados formatos, por meio do próprio aplicativo; e as mudanças constantes nos algoritmos para uma maior visibilidade explicam esse sucesso”.

Outro elemento importante é o fato da rede social ser uma plataforma essencialmente visual. “Segundo estudos, o nosso cérebro processa uma imagem 60.000 vezes mais rápido do que um texto. Diversas pesquisas mostram que só nos lembramos de 20% do que lemos, enquanto retemos 80% do que vemos. Como se não bastasse, o conteúdo visual é 43% mais convincente e tem 40 vezes mais probabilidade de ser compartilhado. Sobre a relevância do Instagram para os negócios, atribuo à maior visibilidade perante os usuários e as facilidades para anunciar”.

Na visão de Reck, o Instagram for Business (Instagram para empresas), lançado em 2016, é um ótimo exemplo, pois se trata de um conjunto de ferramentas que permite que os negócios tenham um perfil comercial, façam anúncios e acessem dados dos seguidores na plataforma. “Ficam disponíveis informações como gênero, idade, localização e horários em que essas pessoas mais acessam o aplicativo, assim como o alcance e o engajamento das publicações. São dados relevantes para a criação de uma eficiente estratégia de marketing digital”.

Ele informa que, em 2017, a plataforma afirmou que contava com 1 milhão de anunciantes ativos por mês. Na época, por meio de uma nota, foi divulgado que grande parte deles eram pequenas e médias empresas. Em 2018 foi anunciado que o Instagram era acessado por mais de 1 bilhão de usuários ativos. “O Instagram traz uma série de benefícios que visam não apenas potencializar os anúncios, mas aumentar o reconhecimento a marca e otimizar o engajamento com públicos estratégicos de interesse. Por exemplo, 75% dos usuários disseram já ter tomado alguma atitude depois de serem inspirados por um conteúdo na plataforma. Segundo uma pesquisa da Opinion Box, 48% deles já compraram ou contrataram algum produto ou serviço que conheceram no Instagram. E, 47% falaram que já foi influenciado a comprar”.

Reck acrescenta ainda que a rede social é bastante popular não só entre os usuários, mas também pelos anunciantes e publishers. “Ele não para de crescer de acordo com números e métricas que trazem resultados para os investimentos publicitários”.

Esses resultados foram notados pela empresária Ana Neves, que utiliza a rede social para divulgar sua loja de roupas. “Entrei no Instagram por demanda e percebi que a mídia se tornou um portfólio de negócios. Como publico meus produtos lá, depois de um tempo vi a conta crescer e trazer novos clientes. Pesquisei sobre o Instagram For Business, converti minha conta e, hoje, me preocupo com estratégias e métricas”. Ela conta que sabendo qual era seu público, conseguiu pensar melhor no que fazer, em como investir nas publicidades, qual valor aplicar e em quais formatos”.

Reck aponta que o Instagram seguirá como tendência. “Ele tem se tornado cada vez mais crucial para o cenário futuro do Facebook. Segue despertando o interesse tanto dos usuários quanto das marcas e vem crescendo, enquanto a receita com publicidade na plataforma principal, o Facebook, começa a diminuir. Agora, o aplicativo conquista a verba dos anunciantes com as mesmas ferramentas do Facebook: negociando anúncios”, conclui.