Ex-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG), atual vice-presidente Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o empresário Alberto Salum concedeu entrevista exclusiva ao Edição do Brasil sobre os rumos da instituição.
Sua gestão seria a continuidade do trabalho de Olavo Machado?
Sou representante de um grupo que inclui o presidente Olavo Machado. Nesta escolha quero deixar claro que o presidente não pediu nada além de implementar o meu próprio estilo de gestão. A Fiemg está preparada para dar um salto em benefício da indústria mineira e nesta direção estarão todos os nossos esforços.
O que mudaria na Fiemg, se o senhor fosse eleito presidente?
A gestão terá como foco a otimização dos recursos para beneficiar ao máximo a indústria mineira. Vamos mudar onde for necessário, sem hesitação, de maneira firme, como é meu estilo. Mas essa firmeza é sem prejuízo de uma gestão democrática, capaz de ouvir a todos. Um presidente não entende de todos os assuntos, mas deve ter a sensibilidade necessária para se informar e tomar as decisões no rumo correto, sempre no interesse maior da indústria.
O fato de haver uma disputa acirrada na eleição da Fiemg é novidade?
A campanha já dá sinais claros a esse respeito. Infelizmente, o que meu adversário tem feito é, principalmente, falar mal da Fiemg, como se tudo estivesse errado. Hoje, no país é muito fácil falar mal, em mudança, mas não se faz transformações destruindo o que existe. Há muita coisa boa na Fiemg que precisa ser valorizada e estimulada. A crítica pela crítica leva à cisão, ao nós contra eles e eu não vou agir assim. Minha gestão será de união, de soma de esforços, de valorização do que há de bom e de mudança no que for necessário. Minha gestão será para todos, de todos os portes, de todas as regiões e setores. Vou unir a Fiemg, os sindicatos e a indústria mineira. O ganho será de todos.
O senhor usa como slogan o binômio “Fiemg forte e participativa”. O que significa esse slogan?
Fiemg forte é para fora, para que a instituição tenha voz ativa e força para avançar, para levar a indústria mineira além das Gerais. E Fiemg participativa vai exercitar a capacidade de ouvir a todos, de entender as demandas de cada setor e região, de receber os presidentes e os industriais, de colocar a estrutura da Fiemg em benefício de todos, próxima da indústria e dos sindicatos.
Suas propostas são melhores do que as do seu adversário?
Para começar, eu tenho propostas claras. Nunca vi nenhuma proposta objetiva do meu adversário, só críticas. Divulguei um documento escrito com a base de uma plataforma de gestão. Lá estão os pontos fundamentais de uma gestão moderna. É um documento aberto, sujeito a mudanças que serão construídas junto com os sindicatos. É um plataforma, uma base em evolução permanente.
Nesse documento estão os pontos fundamentais: relação com sindicatos, com a indústria, com poder público, com a sociedade, a educação, a qualificação, a defesa do Sistema S. Enfim, minha plataforma está no papel, para ser avaliada, discutida e criticada. É preto no branco. Minha campanha tem bases concretas, não é apenas um discurso vazio da crítica pela crítica.
Como planeja o papel da Fiemg no cenário nacional?
A indústria mineira é importante demais para ficar a reboque seja de quem for. Vou ser claro: não temos que pedir benção à Fiesp ou a quem quer que seja. Não vou admitir que interesses políticos de outros Estados interfiram na Fiemg. Repito: Vamos atuar em benefício da indústria mineira em Minas e além das Gerais. Vamos garantir que a indústria mineira seja valorizada e respeitada em todo o país. Minas não pode depender de ninguém.
Como o senhor vê a relação de uma instituição como a Fiemg com os governos?
É a mesma lógica. A Fiemg não pode ser subserviente a governos. Tem que dialogar, sentar na mesa, propor. Mas também tem que criticar, falar alto, reagir no interesse da indústria mineira e da sociedade. A Fiemg não pode ser servil nem panfletária. Tem que buscar e propor soluções, tem que alertar os governos e exigir que as ações sejam coerentes com o interesse da coletividade e da indústria. De novo, não vamos fazer crítica só por criticar, para jogar para a torcida. Vamos estabelecer uma relação madura, produtiva e independente com os governos em todos os níveis.
O senhor é do setor de construção pesada, um campo que trabalha principalmente em obras públicas. Isso pode comprometer a independência da Fiemg?
É exatamente o contrário. A construção pesada é um setor de muita importância e justamente por isso tem voz, espaço e representação. Além disso, é um setor forte em geração de empregos e em aquisição de insumos e equipamentos. Portanto, é um campo que absorve muita mão de obra e gera muito em impostos ao adquirir os insumos necessários ao trabalho. A construção pesada é um segmento fundamental para a economia e isso dá a ele a autonomia necessária em relação a qualquer instância de governo.
Que influência sua origem na construção pesada terá em sua eventual gestão?
O primeiro ponto é quanto a pensar grande. E isso vale para as grandes obras de estrutura, mas também para os demais setores. Todos podem e devem pleitear crescimento, valorização, importância. Outro ponto é a gestão. Estou preparado para administrar, avaliar cenários e conjuntura. Tenho experiência, adquirida no Sicepot, na iniciativa privada e também como vice-presidente da Fiemg e presidente da Comissão de Meio Ambiente da Fiemg. Então, estou preparado para identificar e entender as demandas e necessidades de todos os setores, das empresas de todos os portes e de todas as regiões de Minas. Um exemplo: venho da construção pesada e fui presidente da Comissão de Meio Ambiente. Sei da importância da sustentabilidade para compatibilizar a produção com o meio ambiente e a preservação para o futuro das próximas gerações.
E quanto atual momento da indústria mineira?
É hora de dar um salto de qualidade. Temos de impulsionar o acesso das empresas à indústria 4.0, a essa quarta revolução industrial. A Fiemg já tem uma base importante, como o Fiemg Lab e as iniciativas no rumo da qualificação e da educação. Vamos ter foco nesse salto, nessa passagem de indústrias 1.0 ou 2.0 para a 4.0. Todos os programas da Fiemg – e são muitos – voltados à modernização, à qualificação e à competitividade devem ser valorizados e aperfeiçoados, sempre com o objetivo de avanços para a indústria mineira. Repito: avanços em todos os setores, nas indústrias de todos os portes e em todas as regiões do Estado.