Com 9 meses no comando da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a gestão de Alexandre Kalil (PHS) conseguiu mudar a relação do executivo municipal com a Câmara dos Vereadores. É o que garante o vice-prefeito e secretário de Governo Paulo Lamac (Rede). “Ele é o responsável por intermediar o relacionamento entre a PBH com o legislativo da cidade e utiliza toda a sua experiência política para fazê-lo”.
Segundo Lamac, a mudança foi sistêmica e houve uma quebra de paradigmas. “Percebe-se que temos um maior respeito e autonomia em relação ao poder legislativo e, ao mesmo tempo, em que existe uma ação do executivo na forma de se relacionar com os vereadores. Então, conseguimos superar a lógica da troca de cargos e eliminar o ‘toma lá dá cá’”.
Ele destaca também que existe uma relação aberta com todos os parlamentares, independentemente do partido. “Temos concordâncias e discordâncias com os vereadores em diversas pautas, mas via de regra, os projetos que são benéficos e favoráveis para a cidade estão sendo bem recebidos”.
Ao ser questionado sobre os principais projetos que a PBH mandou para a CMBH, o vice-prefeito afirma que a gestão conseguiu algumas vitórias. “Nós aprovamos a reforma administrativa, que era muito importante para as finanças do município e, agora, mandamos projetos sobre os camelôs e as pessoas em situação de rua. Além desses, há o plano diretor, que não foi mandado na nossa gestão, mas caso ele seja aprovado, será um grande passo para a cidade”.
Um dos assuntos mais polêmicos e que foi promessa de campanha de Kalil, diz respeito a CPI da BHTrans. De acordo com Lamac, isso depende apenas da aprovação dos vereadores. “O governo, desde o começo, assumiu a postura de que não dificultará qualquer tipo de investigação. Agora, por exemplo, está acontecendo a CPI da PBH Ativos e já fornecemos diversos documentos. Todas as solicitações que foram enviadas estão sendo prontamente respondidas pela prefeitura”.
Troca de líder na CMBH
No começo do mandato de Kalil, Gilson Reis (PCdoB) foi o escolhido para ser o líder de governo na Câmara, porém, após a briga entre o parlamentar com o prefeito, houve uma troca repentina. Atualmente, quem está no cargo é Léo Burguês (PSL). Nesse mesmo período, especulou-se também que Lamac e Kalil estavam rompidos.
Sobre o incidente, o vice-prefeito afirma que realmente houve um estranhamento entre a PBH com vereador, mas que isso era normal devido à mudança na forma como o executivo estava lidando com os parlamentares. “A linha de atuação do governo foi rigorosamente mantida pelo prefeito, que não recuou em momento nenhum. Já no meu caso, sou um secretário e qualquer discordância certamente implicaria na troca. Por isso, não cabe divergência entre um prefeito e o secretário”, finaliza.