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Em 2016 foram registrados mais de 19 mil acidentes só em Minas Gerais

“A ligação foi rápida”. “Foi só uma mensagem”. “Daqui até ali, não precisa de cinto”. “Cadeirinha? Não! É muito cara”. “Foi só uma cervejinha, não tem problema”. Infelizmente, essas são frases recorrentes na boca de alguns condutores. No entanto, o Movimento Maio Amarelo, volta a chamar a atenção da sociedade, alertando sobre o alto índice de mortes e feridos em todo Brasil e no mundo. Segundo dados do Centro Integrado de Informações de Defesa Social (CINDS), da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), foram registrados 19.291 acidentes de trânsito nas rodovias de Minas Gerais no ano passado.

De acordo com a sondagem do CINDS da PMMG, 7.842 foram acidentes sem vítimas; 10.538 foram ocorrências com 17.507 vítimas feridas; e 911 foram casos com 1.089 vítimas fatais. Neste ano, até o mês de abril, a PMMG contabilizou 5.472 acidentes – 2.198 sem vítimas, 2.991 com 5.042 pessoas feridas e 283 com 356 mortos. Segundo o relatório, as três causas presumíveis dos acidentes registrados que aparecem em destaque em 2016 e 2017 são recorrentes e ocupam o mesmo lugar na lista: falta de atenção (2016: 6.483 e 2017: 1.802), outras (2016: 1.856 e 2017: 632) e animal na pista (2016: 1.568 e 2017: 427).

Contudo, as ocorrências registradas com condutores embriagados em 2016 somaram 1.123 (5,82% do total) e utilizando o celular foram registrados apenas 3 casos no Estado, contabilizando 0,02%. Já até abril de 2017, os motoristas alcoolizados que causaram acidentes foram 325 (5,94%) e apenas um foi registrado devido ao uso do celular, representando 0,02%.

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Cenário brasileiro
Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é um dos países recordistas em mortes no trânsito. A taxa é de 23,4 vítimas fatais para cada 100 mil habitantes, de acordo com os dados divulgados em 2015. Já na análise da OMS, baseado em dados de 2010, o Brasil ocupava o 4º lugar no ranking de mortes. O relatório Global sobre o estado da segurança viária, elabora pela ONU, aponta que 1,25 milhão de pessoas morrem a cada ano no trânsito, em todo o mundo, e que esse número estabilizou desde 2007.

De acordo com dados estatísticos do sistema Iris, do Observatório Nacional de Segurança Viária, em 2014, 43.780 pessoas morreram nas estradas brasileiras. Número 2% maior do contabilizado em 2010 – ano em que a ONU deu início a Década Mundial da Segurança Viária (2010 a 2020), no qual as nações se comprometeram a reduzir a quantidade de mortes nas estradas pela metade.

Mudança de postura
Neste mês, em todo o Brasil e em mais 26 países, foi iniciada a campanha Maio Amarelo, que tem o objetivo de realizar ações coordenadas entre o poder público e a sociedade civil. A intenção primordial do movimento é colocar em pauta o tema de segurança viária e mobilizar toda a sociedade.

O gerente técnico do Observatório Nacional de Segurança Viária, Renato Campestrini, diz que em cada canto do país tem alguém fazendo alguma coisa em prol do movimento. “Haverá caminhadas, palestras, passeios ciclísticos e movimentações em semáforos que, posteriormente, serão enviadas para o Observatório para fazer um grande acervo das ações de 2017”.

Campestrini informa ainda que no país mais de 500 mil pessoas ficam com sequelas permanentes por causa de acidentes de trânsito. Ele aponta que as fatalidades, em sua maioria, ocorrem por imprudência e imperícia do condutor. “O excesso de velocidade, o hábito de beber e dirigir são fatores de risco preponderantes e, também, temos outra questão que não aparece tanto nos boletins de ocorrência, porque é difícil de ser comprovado, que é o uso do celular ao volante”.

Para ele, a conscientização é necessária e o movimento tenta chamar a atenção da sociedade. “É preciso educar tanto o condutor quanto o pedestre”, recomenda.

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