Março é o mês delas. Graciosas e competentes, marcam presença forte em todos os setores da vida moderna. Não poderia ser diferente no esporte, em especial no futebol. No início eram poucas. Aos poucos foram ocupando espaço. Determinadas, buscaram o conhecimento, unindo o amor ao esporte a especialização conquistada nos bancos escolares. Hoje, são dezenas atuando em todos os setores da mídia esportiva. Sabem tudo e muito mais. Merecem o nosso carinho e respeito. Muito bom verificar nos arquivos da Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE) a quantidade de mulheres filiadas, devidamente credenciadas para atuar com enorme profissionalismo. Uma prova que mulher é muito mais do que mãe, esposa, filha ou namorada. Parabéns as mulheres radialistas e jornalistas esportivas. Parabéns a todas as mulheres que neste mês de março recebem as merecidas homenagens.
Mudando de assunto, importante destacar o bom trabalho que a Federação Mineira de Futebol, sob o comando do jovem presidente Castellar Modesto Guimarães Neto, vem realizando em favor do nosso futebol. Além de modernizar a entidade em todos os sentidos, movimenta o futebol em praticamente em todas as regiões de Minas. Evidente que a grande maioria do público acompanha mesmo é o campeonato do módulo I. Reúne os principais times, apresenta jogadores de renome, atrai bons patrocinadores e mobiliza considerável massa de torcedores. Além de merecer grande destaque na mídia. Para se ter uma ideia, centenas de veículos de comunicação, da capital e do interior, mantém equipes de profissionais envolvidas exclusivamente com o principal campeonato de futebol de Minas.
Mas o futebol mineiro tem muito mais coisas rolando por aí, na maioria das vezes de forma quase anônima. Por exemplo. Temos o campeonato do módulo II, reunindo times tradicionais. Neste ano, participam o Nacional de Muriaé, Social de João Monlevade, Guarani de Divinópolis, Betinense de Betim, Tupynambás de Juiz de Fora, Boa de Varginha, Mamoré de Patos de Minas, Patrocinense de Patrocínio, Cap Uberlândia, Uberaba e Araxá.
A disputa acontece em duas etapas. Na primeira, dividida em dois grupos, classificam dez para o hexagonal final. Os dois últimos dos dois grupos da primeira fase descem para a segunda divisão. O campeão e o vice do hexagonal sobem para o módulo I.
O importante é que os clubes se obrigam a utilizar jogadores de até 24 anos. Com exceção de sete atletas com mais idade. É sem dúvida uma excelente oportunidade para os jovens iniciarem suas carreiras. Imagino o sacrifício dos dirigentes para manter seus clubes nesta disputa. Normalmente os jogos acontecem em estádios apertados e vazios. As viagens e hospedagens não são de primeira e a falta de recursos para saldar os compromissos é uma constante. Na verdade estes clubes contam apenas com o apoio da Federação, de alguns poucos idealistas e da imprensa esportiva de suas cidades, que não medem esforços para transmitir os jogos e valorizar o evento e seus participantes. É um caminho duro para tentar alcançar o sonho de chegar a elite do futebol.
A Federação organiza também o campeonato da segunda divisão que conta com a participação dos seguintes clubes: Arsenal de Santa Luzia, Luziense de Santa Luzia, Coimbra de Belo Horizonte, Siderúrgica de Sabará, Valério de Itabira, Santarritense de Santa Rica do Sapucaí, Venda Nova de Belo Horizonte, Guaxupé, Itaúna, Ponte Nova e Jacutinga. São clubes semiprofissionais, alguns com larga história de sucesso no passado, mas que ao longo do tempo foram perdendo força. Sobrevivem pela vontade e garra de uns poucos abnegados.
Outra competição que tem muita tradição e merece o respeito de todos é ligada ao futebol amador de Belo Horizonte. Esmagado pelo crescimento da cidade que acabou com a maioria dos campos, continua existindo e sobrevivendo meio na marra. Por mais incrível que possa parecer 48 times participam.
Divididos em oito chaves, disputam cerca de 24 jogos a cada domingo. São mais de 1.400 jogadores envolvidos, além de treinadores, árbitros, auxiliares, apoiadores, dirigentes e torcedores. Sim, muitos dos times amadores tem torcedores apaixonados. Estes times lutam contra a falta de recursos, de campos e da total falta de espaço para divulgação. Normalmente jogam em horários alternativos. Na verdade os times amadores são verdadeiros heróis da resistência.
Outras competições promovidas pela FMF também acontecem ao logo do ano. Campeonato de futebol feminino, Taça BH, Copa Itatiaia, Torneio Corujão e torneios para menores de 15,17 e 20 anos. Um esforço tremendo para manter acesa a chama do futebol. Pelo interior afora, as ligas desportivas se desdobram para organizar as mais variadas competições. Infelizmente muitas estão com suas atividades paralisadas por total falta de recursos. Com a crise, o que já não era bom, piorou de vez.
Assim caminha o futebol mineiro. Alvo de críticas, renegado por muitos que pregam até sua extinção em favor das grandes competições nacionais e internacionais, mas que segue firme encarando o desafio de continuar construindo sua história.