Com a volta às aulas, dois temas importantes e relacionados à saúde infantil são colocados em pauta. O primeiro, é a alimentação dos pequenos. Estima-se que 9,4% das meninas e 12,7% dos meninos estão obesos e, segundo o clínico geral Henrique Eloy, boa parte dessa responsabilidade se refere a má alimentação nas escolas.
Apesar de, na opinião do especialista, as escolas estarem mais atentas à alimentação saudável, falta ainda uma educação familiar acerca do tema. “É necessário um esclarecimento por parte de todos, mas é em casa que os alunos devem aprender a escolher melhor seus alimentos”.
Outro problema apontado pelo clínico geral é o fato de, muitas vezes, a criança que estuda no período matinal, não tomar café da manhã antes de ir para a escola. “A última refeição dela é no jantar, ela fica a noite toda sem comer, acorda, vai para a escola e só vai se alimentar lá para às 9h30, que é o horário do recreio, ficando mais de 12 horas em jejum”.
Segundo Eloy, isso pode ser prejudicial. “A criança está em fase de desenvolvimento corporal e mental, fazendo a maturação de sua personalidade. Desta forma, essa prática é extremamente danosa”.
Novamente a responsabilidade recai sobre os pais. “É preciso fornecer uma boa alimentação em casa e procurar, de todas as maneiras, programar os horários que a criança se alimenta e sai de casa, de forma que ela tenha tempo para fazer uma refeição adequada”. Contudo, ele observa que alguns pais preferem deixar que a primeira alimentação dos filhos seja na escola.
Na maioria das vezes, no lugar do lanche, a escola oferece uma refeição completa. Eloy aponta que, sendo uma comida balanceada, não há problema. “Devem ser alimentos leves e o cardápio tem que ser orientado por um nutricionista. Na grande maioria das escolas brasileiras, principalmente nas mais carentes, essa será a principal refeição da criança”.
Por fim, ele elucida que o lanche ideal seria aquele rico nutritivamente. “Com carboidrato, um pouco de gordura e fibras. Mas isso depende de cada criança. Os pais têm que ficar atentos sobre qual é o tipo de alimento que os filhos mais gostam, porque forçar, definitivamente, não adianta”.
O preparo do lanche deve ser feito em família. “Com a presença dos pequenos. Dessa forma, os pais podem ir orientando sobre a qualidade dos alimentos e ir despertando o interesse nelas em conhecer e experimentar novos ingredientes”.
A comida industrializada deve ser evitada. “Muitos pais optam por ela e isso é um problema sério. Uma comida barata, simples de fazer e fácil de levar, facilita no dia a dia, mas não é saudável para os pequenos. Evitar certos alimentos deve ser uma atitude que começa pelos pais para que as crianças entendam que aquele alimento não é agregador à saúde”.
Há uma diferença entre a lancheira matutina e vespertina. “O lanche da manhã deve ser mais reforçado do que o da tarde. O café da manhã é a refeição mais importante do ponto de vista nutricional”.
Outro cuidado
Livros, cadernos, lanche, etc, os itens são diversos e a mochila escolar está cada vez mais pesada. Esse tema também é colocado em pauta e preocupa os pais, afinal, o excesso de carga pode causar sérios danos à saúde.
O ortopedista Leonardo Silluzio explica que o peso da mochila não deve ultrapassar 10% do peso corporal da criança. “Por exemplo, se a criança pesa 45 kg, o peso da mochila deverá ser, no máximo, 4,5 kg. A carga excessiva pode causar alterações posturais, podendo provocar dores. Com o passar do tempo, não só a coluna será afetada, mas articulações, principalmente dos membros inferiores (joelhos, pés), passarão a ‘reclamar’ do peso”.
Por fim, os exercícios físicos podem ajudar a manter a qualidade da saúde dos pequenos. “Bem orientados e compatíveis com a faixa da criança, devem ser sempre estimulados, pois ajudam a formar bons hábitos que serão levados para a idade adulta. Uma criança ativa estará menos suscetível à lesões causadas pelos excessos que porventura venha a cometer”, conclui.