
De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o programa elaborado pela instituição, o “Fica Vivo!”, obteve uma diminuição nos homicídios de jovens entre 12 a 24 anos, faixa etária atendida pelo projeto. Em territórios dos bairros Cabana e Vila Cemig, em Belo Horizonte; Jardim Teresópolis, em Betim; e Morro Alto, em Vespasiano, atingiram um índice de 100% de redução.
Em todo território mineiro, o indicador chegou a 57%, no comparativo do mês de janeiro deste ano com o mesmo período do ano anterior. Em 2024, em comparação com 2023, os índices também foram satisfatórios, Jardim das Alterosas, em Betim, obteve 100% de redução, e Vila Cemig, em Belo Horizonte, 75%. Considerando apenas a faixa etária atendida pelo “Fica Vivo!”, a diminuição chegou a 100% em Jardim das Alterosas, Vila Pinho e Ribeiro de Abreu, também em Belo Horizonte. Entre as regionais, a Regional Barreiro se destaca com as unidades Vila Pinho e Vila Cemig, que apresentaram queda de 83,3% nos homicídios.
A subsecretária de Prevenção Social à Criminalidade, Christiana Dornas Rodrigues, destaca que o programa atua em 25 unidades na Região Metropolitana, abrangendo municípios estratégicos. “Como Belo Horizonte, Betim, Contagem, Ribeirão das Neves, Santa Luzia e Vespasiano. Atualmente, são realizados, aproximadamente, 8 mil atendimentos mensais nessa região, por meio de 280 oficinas, que envolvem atividades culturais, esportivas e artísticas”.
“No Estado, em média, o programa registra cerca de 10 mil atendimentos mensais, a aproximadamente 8 mil adolescentes e jovens. Isso representa, ao longo do ano, mais de 100 mil atendimentos. É importante destacar, entretanto, que muitos jovens participam de maneira recorrente, o que reforça o caráter contínuo e integrador da ação”, afirma.
Christina cita ainda que as intervenções do “Fica Vivo!” têm se mostrado eficazes na redução dos homicídios. “Contudo, reconhecemos que, em áreas de maior risco, ainda persistem desafios e a necessidade de ações complementares para enfrentar contextos mais complexos. A atuação criminosa muda muito rapidamente, e as respostas da prevenção, assim como as das demais forças de segurança, estão sempre se adiantando para trazer soluções diferentes e eficientes que se traduzam em maior segurança para toda a população mineira, agindo sempre de maneira integrada e qualificada”.
Fica Vivo!
Instituído no ano de 2003, o programa atua na prevenção e na redução de homicídios dolosos de adolescentes e jovens em áreas que registram maior concentração desse fenômeno. O projeto atende mais de 200 territórios por meio de 33 unidades, espalhadas por todo o Estado e articula dois eixos de atuação: Proteção Social e Intervenção Estratégica.
No eixo Proteção Social, a partir da análise da dinâmica social das violências e da criminalidade dos territórios, o programa promove oficinas de esporte, cultura e arte; realiza projetos locais, de circulação e institucionais; faz atendimentos individuais dos jovens e promove Fóruns Comunitários. Já na Intervenção Estratégica, o projeto proporciona a articulação interinstitucional entre a Sejusp, a Polícia Militar e Civil, o Ministério Público, o Poder Judiciário e órgãos municipais de segurança pública.
O gestor social da Unidade de Prevenção à Criminalidade Ribeiro de Abreu, Willy Gomes, enfatiza que a juventude é um momento de construção de identidade, de como você marca o mundo. “E é interessantíssimo como o ‘Fica Vivo!’ atravessa a vida desse público. É gratificante ver alguém, já adulto, voltando para falar coisas muito significativas do tempo em que esteve conosco, por exemplo: o ‘Fica Vivo!’ salvou a minha vida. A partir do fortalecimento da comunidade, da segurança cidadã, é que conseguimos construir um enfrentamento positivo da violência no território”.
Para finalizar, Christina revela que há planos de expansão para outras regiões de Minas Gerais. “Neste ano, estão previstas pelo menos três novas unidades do programa. As ampliações são avaliadas com base em critérios específicos, definidos a partir de estudos aprofundados que consideram a mancha criminal em territórios concentrados e na faixa etária atendida pelo projeto”.