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Blocos de Carnaval saem do óbvio para contemplar todos os públicos

“Carnaval de rua de Belo Horizonte: é de todo mundo, é para todo mundo!”, o slogan da festa de 2019 consagra sua história de nascimento a partir de manifestações espontâneas da população. Consolidada, a festa é hoje considerada uma das melhores do país e a cidade se prepara para receber durante esse período – 23 dias de programação – um público de 4,6 milhões de pessoas, número 20% maior que o registrado em 2018. Blocos não vão faltar para essa multidão.

“Esse Carnaval será o maior e o mais triste. É um momento complicado para os mineiros, mas, a vida tem que seguir seu fluxo. Quem vem para BH sabe que aqui é um Carnaval com alegria, bem planejado, bem executado e com segurança. Ou seja, uma festa com ordem e liberdade. Tenho muito orgulho do Carnaval da nossa cidade e espero que as pessoas aproveitem muito”, declarou o prefeito Alexandre Kalil (PHS) durante coletiva. Neste ano, 590 blocos de rua cadastrados vão realizar cerca de 700 desfiles. Isso significa um aumento de 40% .

Sandy&Jr., nerdice e funk

Cada folião tem seu perfil e há quem evite os já consagrados – e sinônimos de superlotação – “Então, Brilha” e “Baianas Ozadas”, em busca de uma programação que reúna folia com seus gostos pessoais.

Foi essa a motivação que levou Matheus Soriedem e Priscilla Monteiro a criarem o bloco Turu Turu, em homenagem a dupla Sandy e Júnior. “Eu e a Priscila somos ex-alunos do teatro do Palácio das Artes, sempre que via ela nos corredores, gritava: ‘Abre a porta, Mariquinha!’, mudava o corpo e começava uma performance”, conta Soriedem. Foi durante o cortejo do bloco “Alô, abacaxi” que um amigo dos atores lançou: “Por quê vocês não montam um bloco?”.

A pergunta acendeu a chama dos fãs e esse é o primeiro ano que o bloco vai às ruas. “Estamos muito ansiosos. A gente esperava algo menor e já está tomando proporções bem maiores que imaginávamos”, diz Soriedem. Para evitar uma superlotação, o local da concentração será divulgado na semana de Carnaval. A expectativa do organizador é de 500 pessoas. Como os integrantes, em sua maioria, são atores as pessoas podem esperar performances. “Também estamos tomando muito cuidado com a bateria, porque a nossa intenção é que os foliões cantem junto e todos ouçam”, garante.

Pela quarta vez nas ruas de BH, o bloco Unidos da Estrela da Morte é organizado pelo Conselho Jedi de Minas (CJMG) e no passado reuniu cerca de 4 mil nerds no bairro Floresta. “A proposta é atrair o público nerd, famoso por seu sedentarismo e motivar a saída de casa para um Carnaval incrível ao invés de viajar para a Disney”, brinca Daniela Ayala, criadora do bloco e presidente do fã-clube mineiro de Star Wars. No repertório, as trilhas sonoras de Star Wars, filmes, seriados, games e desenhos animados serão tocados no ritmo do Carnaval.

Outro gênero que ganhou homenagem foi o funk brasileiro. O Funk You nasceu em 2016 da vontade de uma turma de amigos em participar ativamente do Carnaval de rua de BH. No último ano, 200 mil pessoas embarcaram no sonho dos amigos. O bloco cresceu tanto que esse ano tem até seu próprio single: “Pararabumbum”, que ganhou clipe gravado no Morro das Pedras, na região Oeste.

“Esse trabalho superou nossas expectativas e certamente vamos lançar outras produções mais para frente. Gravamos o clipe no Morro das Pedras para, claro, fazer jus ao nosso estilo musical. E também porque os principais membros de nossa bateria moram no Conjunto Santa Maria, em frente ao local. O resultado foi muito bom. Conseguimos passar o recado para o público”, comemora Lucas Moraes, idealizador do Funk You.