Segundo o site da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), a luta é derivada do Jiu-Jitsu, uma arte que serve tanto para atacar quanto para defender, usando nada mais que o seu próprio corpo.
E engana-se quem pensa que a modalidade se restringe exclusivamente a homens. Muitas mulheres, crianças e idosos têm se aventurando neste esporte. Um exemplo feminino é Thaís Pereira de Figueiredo, faixa preta e professora de judô shodan.
De acordo com ela, os aprendizados morais da luta são vários, dentre eles respeito, honestidade, honra e amizade. “Mas, os maiores são o Jita kyoei, que é o princípio da prosperidade e benefícios mútuos, e o Seiryoku Zenyo, que é o da máxima eficiência da força física e mental”.
Para Thaís, o principal diferencial do judô para as outras modalidades é o princípio filosófico. “Não adianta fortalecermos o corpo sem estimular a mente. É isso que o judô proporciona, sem contar sobre a importância no aprendizado infantojuvenil. Ele foi considerado o melhor esporte para o desenvolvimento a partir dos 4 anos”.
Além disso, a prática traz benefícios para quem participa. “A parte física passa por alongamentos, ginástica e exercícios aeróbicos, o que favorece o desenvolvimento e a melhora do condicionamento físico. Já na mental trabalhamos o equilíbrio, a vontade de se superar e de levar os princípios da modalidade para a vida”, conta.
Segundo ela, quando se entra no tatame, todos os problemas devem ser deixados do lado de fora. “O mais importante é fazer uma atividade física, afinal, a saúde é essencial para o ser humano. Mas, além de tudo o que a luta proporciona, ela te permite ter autodefesa”.
O estudante de medicina veterinária Lucas Azan, que é praticante da modalidade, relata quais mudanças o judô trouxe para sua vida. “Não faço nenhum outro esporte e a luta, no próprio ato de aquecimento e alongamento, faz diferença para o meu corpo. Isso sem falar que a minha disposição aumentou, pois eu costumava cansar rápido e agora tenho mais resistência. Mentalmente, o esporte me ajuda a lidar com a minha rotina, é um momento em que consigo focar e esquecer qualquer outro fator externo, fora que tenho para onde direcionar minha energia”.
Ele diz que a questão filosófica e disciplinar por trás do judô possui fundamentos que valorizam a conexão daqueles que o praticam. “Não é simplesmente lutar, existe todo um respeito entre os praticantes e uma relação de aprendizado mútuo, independentemente de tempo de prática e faixa. Além disso, é uma luta inclusiva, que ensina como podemos fazer o melhor uso da nossa força”.
O estudante Victor Souza, que também aderiu à modalidade, explica que o judô surgiu como um escape da rotina acelerada, pois foi a única oportunidade de extravasar a energia acumulada. “Adquiri maior controle sobre minha ansiedade, disciplina sobre meus vícios e preocupações e redução do stress. Fora isso, tenho a oportunidade de movimentar o corpo e ter mais elasticidade, perda de peso, menos dores na coluna e cansaço.
Ele conta que todo mundo que inicia o judô, começa com a faixa branca e que, a partir disso, são 6 meses até a segunda faixa (cinza). “É nesse período em que você adquire mais interesse pelo esporte e passa a enxergá-lo como um estilo de vida, pois o tatame vira uma extensão do corpo e mente. Como se não bastasse tudo isso, ainda fazemos amigos, crescemos juntos e, quando trocamos a primeira faixa, sentimos orgulho de nós mesmos e dos colegas. É uma experiência incrível”.