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74% dos brasileiros usam redes sociais para comprar

O e-commerce teve forte crescimento durante a pandemia. Atualmente, 86% dos brasileiros são adeptos às compras on-line. Os dados são da pesquisa Social Commerce, realizada pela AlliN | Social Miner, em parceria com a Etus e Opinion Box. Segundo o levantamento, as redes sociais têm tido um importante impacto nesse hábito. Prova disso é que 76% dos consumidores já recorrem a elas antes de comprar – 56% deles fazem isso para ler a avaliação de outros clientes e 54% para comparar preço.

O levantamento mostra que 37% visitam as lojas digitais pelo menos uma vez por mês em busca de ofertas, e 23% acessam a rede semanalmente para fazer compras. E como boa parte das pessoas está nas redes sociais – são 4,2 bilhões de usuários no mundo, segundo a We Are Social -, o avanço do Social Commerce, que engloba o relacionamento mais próximo com os compradores e a prática de compra e venda via redes sociais, ocorre a passos largos.

A head de marketing, Marília Dovigues, explica que com a chegada da pandemia, os negócios que não tinham presença on-line precisaram fazer essa migração. “Os que já estavam na internet, tiveram que investir ainda mais. Assim, a forma de comprar também teve que mudar. Como não podíamos ir às lojas, as redes sociais se tornaram uma vitrine para os consumidores. Agora, elas se transformaram até em centro de troca”.

Com isso, a urgência e necessidade criada fez com que o consumo aumentasse e as redes sociais fossem a única alternativa. “Outro motivo importante para isso é o fato delas serem ágeis e gratuitas. E esse fomento criou também consumidores mais exigentes. Eles querem respostas mais rápidas e preços justos. As lojas precisam estar preparadas com fotos de qualidade, transparência no preço, mostrar os feedbacks de clientes e, principalmente, que entregam os produtos como combinado”.

É exatamente isso que a empresária Silvania Rodrigues está fazendo. Ela criou sua marca, a MariaManu Bolos, há cerca de 2 meses e está investindo para fomentar seu negócio. “Posso dizer que 100% das vendas são feitas por meio das redes sociais. Sendo que 90% dos clientes conhecem o meu produto a partir das divulgações que faço no Instagram e WhatsApp. Por ser um produto perecível, faço, principalmente, sob encomenda. Próximo ao final de semana, vou criando opções de lanches, como a fatia e bolo no pote. Divulgo nas redes os sabores disponíveis para aquele dia e as pessoas vão surgindo. Até hoje, nunca tomei prejuízo, pelo contrário, tudo o que produzi saiu”.

Para garantir uma propaganda bem feita, ela investiu também no visual. “Minha filha tem uma agência de marketing e criou a minha logo, bem como toda a identidade visual da minha marca. Também comprei alguns itens para deixar as fotos mais atrativas”.

Tendência

Marília aponta que essa será uma tendência de consumo que se manterá até mesmo após a pandemia. “Até as próprias redes sociais já entenderam isso. Por exemplo, o Instagram, criou o Instagram Shopping, que passará a funcionar como e-commerce nas próximas atualizações. Além da facilidade de venda, traz segurança para o consumidor em relação ao pagamento”.

A jornalista Aline do Espírito Santo é uma das que observam bem a forma de pagamento antes de fechar uma compra on-line. “Procuro priorizar as lojas que tenham um intermediário na hora de pagar, como o pagseguro ou paypal. Nunca pago direto para o vendedor. Além disso, busco indicação de influenciadores e outras pessoas que já tenham comprado. Até hoje nunca tive problema e compro de tudo, de roupas até decoração para a casa. Comecei a comprar pela internet porque me interessava por produtos de lojas em outros estados e até fora do país. E as redes se tornaram um facilitador para isso”.

Dicas

A head de marketing afirma que para que as marcas consigam se destacar nas redes sociais e transformar seus seguidores em compradores é preciso ter um conteúdo relevante, além de fotos bonitas do produto e informações para gerar audiência. “Por exemplo, se for uma loja de roupa, pode falar sobre tendências de moda, cores, etc”.

Outro ponto é ter frequência nas postagens. “Não adianta postar uma vez por semana e achar que vai dar resultados. É necessário buscar formas de fazer com que o algoritmo trabalhe a seu favor e isso só acontece com assiduidade somada à relevância”.

Por fim, o contato com os clientes deve ser sempre prático e eficaz. “Responda de forma rápida e educada. Não é preciso ficar 24h on-line, mas responder em horários relevantes. Para fechar, ter produtos ou serviços eficazes e de qualidade, além de não enganar ninguém. Para se diferenciar, é importante ter uma identidade visual, um feed e uma bio chamativos”.