Já está funcionando na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, no antigo prédio denominado de Rainha da Sucata, a sede regional da Fundação Nacional de Artes (Funarte). Isso está sendo possível graças a um intenso e proativo trabalho realizado pelo secretário de Estado de Cultura e Turismo Leônidas Oliveira. A ele coube a empreitada de convencer as autoridades de Brasília sobre a importância da instalação da unidade em Minas, diga-se de passagem, pela primeira vez com o fito de ajudar a transformar o Circuito Cultural da Praça em o maior do Brasil, já que existem vários museus com enorme acervo cultural e visitação gratuita. Os espaços estão localizados na zona Sul da capital mineira e a sua manutenção acontece por meio de parcerias estratégicas mediante acordos com empresas privadas.
Esse projeto visando maior reconhecimento e expansão do movimento está conquistando mais força agora, a partir da permissão parcial pelo fim do isolamento social, decretado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) depois de problemas relacionados à COVID-19, onde todos os locais de entretenimento estavam fechados, pelo período de 7 meses. As informações da Secretaria de Estado são ambiciosas no sentido de efetivamente criar na capital do estado, opções turísticas e culturais capazes de reter os turistas na cidade por um período de tempo maior, já que até agora BH é tida apenas com uma espécie de corredor, onde os passageiros desembarcam no aeroporto, pernoitam aqui e depois se deslocam para as cidades históricas, cujos destinos mais conhecidos são Ouro Preto, Mariana, Congonhas e Tiradentes.
A estratégia montada pelo secretário Leônidas Oliveira vem de encontro com outros projetos da região metropolitana, inclusive, a reabertura do Instituto Inhotim, maior museu a céu aberto do mundo, localizado em Brumadinho, cerca de 64 quilômetros de BH. Ele já está atendendo ao público, claro que de maneira reduzida, com apenas 500 pessoas por vez, mas segundo o seu diretor, o ex-ator Antônio Grassi, os ingressos estão sempre esgotados assim que são colocados à venda.
Ele avalia que os cidadãos estavam ávidos por espaços como esse, pois o Inhotim pode contribuir para a saúde mental dos visitantes, em sua maioria, enclausurados durante 8 meses de isolamento devido à pandemia. Este novo modelo de funcionamento do instituto tem capacidade limitada a 10% do seu público normal, e isso vai ser assim até que a situação seja elencada com mais segurança para os turistas. Por exemplo, neste momento não está sendo permitida a formação de grupos de excursões. Já as visitadas educativas estão sendo realizadas com os protocolos de segurança com no máximo cinco pessoas. Mesmo assim, para cumprir a burocracia, a máscara é de uso obrigatório por todos. A direção da Casa sugere que os interessados em comparecer ao local acessem o site antes para verificar informações importantes e garantir uma presença sem sobressaltos, principalmente nos restaurantes internos.
A concepção de expansão do projeto Cultural Turístico Liberdade tem também o objetivo de proporcionar mais opções para quem estiver circulando pela região, onde, conforme expressão do próprio secretário, “é preciso acabar com aquela velha história, segundo a qual estamos aqui apenas como uma cidade dormitório. Teremos eventos, iremos ofertar oportunidades para os visitantes no sentido de irem ao Inhotim. E ao mesmo tempo curtirem os diversos eventos e saborearem a típica comida mineira”, vaticina Leônidas.
Para além dos fatos aqui narrados, registra-se que estamos nos referindo ao mesmo secretário que, na administração do então prefeito Marcio Lacerda na PBH, era presidente da Belotur, período no qual aconteceu o reconhecimento do Conjunto Arquitetônico da Lagoa da Pampulha como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. Vale dizer que ele está acostumado a grandes projetos.