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Socorro, Kalil!

Na medida em que a vida, gradativamente, volta à normalidade, depois de quase 2 anos convivendo com a pandemia do coronavírus, eis que surgem os desafios após o rescaldo e a reminiscência da COVID-19. Obviamente, houve um preponderante dilaceramento do tecido social, alavancando ainda mais o conhecido fosso social no Brasil, fazendo aumentar o sofrimento de cidadãos, especialmente os desalentados e desempregados. Para muitos deles, agora, as marquises das grandes cidades passaram a ser o novo “lar”, onde a fome e a miséria são uma extensão dos problemas.

As grandes cidades precisam se organizar, dando assistência a quem mais necessita para evitar a desintegração descontrolada. Dito isso, convém espelhar a complexa situação de Belo Horizonte. É visível a degradação do do Hipercentro da cidade. Sendo assim, é necessário que as autoridades da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) direcionem um pouco mais de atenção para as pessoas em situação de rua.

Talvez, a verdadeira realidade da região Central não seja de pleno conhecimento do prefeito Alexandre Kalil (PSD). Por lá, o comércio, outrora era uma alavanca para o ordenamento econômico do município, agora as calçadas públicas são tomadas de moradores, que usam o lugar também como banheiro. E isso tem transformado o ambiente em uma latrina em muitos quarteirões, especialmente no entorno da Praça Sete.

Nas imediações do Cine Theatro Brasil Vallourec é comum as pessoas terem que conviver com o excremento humano como se isso fosse normal. À noite, os criminosos se juntam aos demais ocupantes das redondezas e se sentem à vontade para aplicar seus golpes contra os cidadãos de bem que circulam nas imediações nesses horários. Infelizmente, isso se tornou corriqueiro no Hipercentro de BH, inclusive no quadrado da Rua Rio de Janeiro, entre a Praça Sete e a Rua Tamoios.

Hoje, na Praça Rio Branco, mais conhecida como Praça da Rodoviária, é um desassossego: uso de drogas, pedintes e prostituição, o retrato de um quadro que bem espelha a realidade do Hipercentro da capital mineira, e isso se traduz em um desafio colossal para o poder público da municipalidade.

Recentemente, os donos de lojas do Shopping Carijós, na Rua São Paulo, esquina de Carijós, resolveram permanecer de portas fechadas, mesmo depois do arrefecimento da COVID-19 e o devido cumprimento da quarentena exigida pela PBH. Eles avaliam que o soerguimento comercial vai ser lento. A posição deles não é diferente de muitos outros que estão de portas abertas para tentar manter o empreendimento de pé, mas, também, por conta dessa vizinhança, os prejuízos têm sido assombrosos.

Quem se encontra fisicamente mergulhada neste eixo central da cidade é a centenária Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), localizada no quarteirão da Afonso Pena, entre as Ruas Tupinambás e Curitiba, cujo endereço, outrora, era tido como nobre. A sua diretoria, por certo, terá de entrar em ação para contribuir com os seus circunvizinhos na busca de uma saída, visando se aliar ao poder público com o intuito de reestruturar a vida de quem mora ou tem negócios no Hipercentro de Belo Horizonte.