Uma escola é um espaço de formação, mas, ao mesmo tempo, é o retrato mais nítido do que somos como sociedade. Nos pátios, nos corredores, nas salas de aula e nas redes sociais, vemos o espelho das virtudes e das falhas que cultivamos fora dos muros escolares.
O bullying – palavra desgastada, mas problema renovado a cada ciclo – deixou de ser apenas uma questão de disciplina ou de convivência. Ele se transformou em um dos grandes dramas contemporâneos da educação básica. E, mais do que isso, em um termômetro de adoecimento coletivo de nossa atual sociedade.
Hoje, vemos a banalização da humilhação como forma de entretenimento. O outro virou palco para o riso e a dor virou conteúdo viral. Crianças e adolescentes, em pleno processo de construção da identidade, experimentam uma violência silenciosa. E o preço disso, muitas vezes, é invisível. Até que seja tarde demais.
Diante desse cenário, não basta simplesmente punir. É preciso educar, e educar com uma educação de verdade. O combate ao bullying exige muito mais do que campanhas de conscientização. Exige compromisso diário com a formação do caráter, da empatia e da escuta. Exige escolas que tenham coragem de agir e não apenas reagir a esse cenário devastador.
Isso não acontece com cartilhas esporádicas ou com ações pontuais quando o assunto toma vulto midiático. Acontece com estruturas permanentes. Programas de educação socioemocional que tratem, com seriedade, da autopercepção, da regulação emocional, do respeito à alteridade. Acontece quando a escola investe na formação das famílias como aliadas no processo educativo. Quando psicólogos, professores, pastores e pais se reconhecem como uma comunidade pedagógica.
E é nesse caminho que algumas instituições têm criado experiências transformadoras. A Rede Batista de Educação – por meio de seus Colégio Batista Mineiro e Colégio Batista Brasil – por exemplo, estrutura suas ações a partir de pilares como o Programa Batista Família, o Programa Socioemocional Bene e a Capelania Escolar, todos voltados para a formação integral. Não são tratados como apêndices, mas como parte da alma pedagógica. O resultado disso? Uma cultura escolar onde o respeito é a regra fundamental. Onde há espaço para arrependimento, reconciliação e mudança de comportamento. Onde formar um estudante também significa formar um ser humano em sua integralidade.
Mas, precisamos ser realistas: essa responsabilidade não é só das escolas. É da sociedade, das redes sociais, dos lares, das igrejas, dos centros comunitários, dos clubes, dos grupos de WhatsApp de pais e mães. Porque o bullying não nasce na escola, ele apenas ganha palco nesse espaço. Combatê-lo é ensinar que a força está no acolhimento e a grandeza está em estender a mão. Que o mundo pode, sim, ser transformado, mas isso começa com a forma como uma criança aprende a tratar a outra.
Em tempos sombrios, onde a violência se insinua desde a infância, a escola tem uma escolha histórica: ser campo de batalha ou sementeira de paz. E, as escolas que entenderem isso com seriedade, com método, com valores, serão aquelas que, de fato, educam para mudar o mundo.