A queda de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), oficializada no dia 15 de maio de 2025, foi provocada por decisões judiciais que apontaram irregularidades em sua reeleição.
A Justiça do Rio de Janeiro considerou nulo o acordo que permitiu a recondução de Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF. A eleição que o manteve no cargo até 2030 foi considerada ilegítima devido a irregularidades formais e legais.
Um dos pontos mais graves foi a suposta falsificação da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima (ex-presidente da CBF), em um documento que viabilizava juridicamente o retorno de Rodrigues. A Justiça entendeu que a assinatura não poderia ser validada, já que Nunes estava diagnosticado com câncer cerebral desde 2018, o que comprometia sua capacidade cognitiva. Há indícios de que ele não tinha plenas condições mentais para assinar documentos com valor jurídico à época.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu anular a eleição e determinou a convocação de novas eleições. A decisão apontou falhas processuais e vícios que comprometiam a legitimidade da gestão de Rodrigues.
Ednaldo Rodrigues entrou com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo liminar para permanecer no cargo. No entanto, o ministro André Mendonça negou o pedido, afirmando que não havia urgência e que a questão já havia sido examinada pelas instâncias inferiores.
Após a decisão judicial, o vice-presidente Fernando Sarney assumiu interinamente. Poucos dias depois, Samir Xaud, presidente da Federação de Futebol de Roraima, lançou sua candidatura à presidência da CBF com apoio maciço das federações estaduais. Xaud, na qualidade de candidato único, provavelmente assumirá o cargo com um mandato até 2029 e já se comprometeu a profissionalizar a gestão da entidade, incluindo áreas como arbitragem, futebol feminino e a seleção nacional. Manter o foco no projeto esportivo da Copa do Mundo de 2026 e trabalhar para recuperar a imagem e o desempenho da seleção masculina e investir mais na feminina.
A queda de Ednaldo Rodrigues ocorre em um momento delicado para o futebol brasileiro, coincidentemente dias após a confirmação de Carlo Ancelotti como futuro técnico da seleção. Apesar do impacto institucional, os contratos em vigor, inclusive o de Ancelotti, devem ser mantidos pela nova gestão.
Essa iminente mudança institucional abre espaço para uma reconstrução profunda da CBF, mas o sucesso dependerá do quanto a nova gestão será, de fato, comprometida com profissionalismo, ética e modernização. Há desafios sérios pela frente, mas também uma oportunidade rara de recomeço para o futebol brasileiro em sua principal entidade.