O futebol, outrora alegria maior do povo, vem passando por momentos delicados, ou melhor, conturbados. No Brasil, com calendário recheado de jogos. Quase sem data para tantas competições, o problema do momento são as apostas trambicadas.
Os espertalhões conseguiram montar uma rede com vários jogadores para fraudar as apostas. Foram sutis e o negócio não era para alterar o placar do jogo e sim cooptar atletas para levar cartão amarelo ou vermelho. Algo que desperta pouca atenção em termos de possível falcatrua. E a coisa funcionou, rendeu grana alta e rolou milhões. E pelo jeito ia render muito mais. Ainda bem que surgiu um dirigente para botar a boca no trombone. Aí, meus amigos, a casa caiu.
Falsos empresários e dezenas de profissionais da bola foram envolvidos na trama. Muitos já tiveram seus contratos suspensos, outros estão sendo analisados. Cabe agora à Justiça resolver o imbróglio. Pelo que se sabe até agora, tudo foi construído e realizado à margem das casas de apostas, que tem permissão para operar no Brasil desde 2018. Como sempre, depois da porta arrombada, o governo federal corre atrás da regulamentação do serviço, inclusive, com o objetivo de cobrar imposto sobre as apostas.
Enquanto isso, do outro lado do planeta, uma onda de violência em forma de racismo, explodiu na cidade de Valência, na Espanha. Torcedores do time local, se é que podem ser considerados assim, atacaram o jovem craque brasileiro Vinicius Junior com palavras e gestos racistas. Algo triste, terrível e lamentável.
O fato tomou conta do noticiário dos meios de comunicação do mundo. As entidades, clubes, autoridades, atletas e ex-atletas vieram a público manifestar repúdio. Até mesmo pessoas e personalidades de outros segmentos e torcedores de outros clubes se uniram contra o ato.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tomou a iniciativa de abrir uma forte campanha contra o racismo. Em todos os jogos, os atletas e equipes de arbitragem entraram em campo vestindo uma blusa preta com a frase em destaque informando: “Com racismo não tem jogo”. A bola, a faixa do capitão e a moeda do árbitro também receberam a mesma inscrição.
Vários grupos de torcedores participaram ativamente da campanha, exibindo faixas, mosaicos, camisas e outros objetos durante os jogos. Mundo afora, o combate ao racismo e outras violências nas praças esportivas vem ganhando corpo de adeptos. Espera-se que as entidades responsáveis pelo futebol, da menor até a mais importante, tomem atitudes mais decisivas, além das campanhas em andamento.
Da mesma forma, a Justiça precisa agir com o rigor, com punição exemplar. Estas pessoas não podem continuar livres, frequentando os eventos esportivos ou não, pois representam grande perigo para a sociedade. O bom torcedor, amante do futebol, deseja apenas ir ao estádio para vibrar com seu time, aproveitar os momentos de lazer ao lado dos seus familiares e amigos.
Infelizmente, o bom torcedor vem sofrendo muito. Bilhetes caros, falta de transporte eficiente, preços exorbitantes dos alimentos e bebidas, pouco conforto e falta de segurança dentro e fora dos estádios e, para completar, esta onda violenta de racismo.
O bom torcedor não merece conviver com tudo isto. Ele precisa ser tratado como um cliente VIP, um consumidor especial. Merece respeito, coisa difícil de ver aqui e acolá. O futebol não é mais aquela alegria do povo e está muito machucado e manchado. Algo com grande seriedade e competência precisa ser feito com urgência, antes que o ruim fique pior. E não se esqueçam: “Com racismo não tem jogo”.