
A Faixa 4 do programa “Minha Casa, Minha Vida”, que será lançada em maio, atenderá ao público com renda familiar mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. A expectativa do Ministério das Cidades é de beneficiar 120 mil famílias apenas nessa faixa em 2025. Com essa mudança, a projeção da pasta é que até três milhões de novas unidades habitacionais sejam contratadas até o fim do ano que vem.
Nessa nova faixa, o limite de valor do imóvel a ser financiado é de até R$ 500 mil, independentemente de suas características ou se ainda estiver na planta. Esses imóveis podem ser contemplados com uma taxa de juros de 10,5% ao ano, que será subsidiada. O número de parcelas pode chegar a até 420 meses. Cerca de R$ 30 bilhões devem ser reservados para esses contratos.
“A gente diminui a taxa de juros e aumenta o número de parcelas para ficar mais suave e as pessoas poderem realizar o sonho da casa própria”, declarou o ministro das Cidades, Jader Filho, em entrevista ao programa Voz do Brasil.
O diretor comercial da BRZ Empreendimentos, Anderson Lopes Morais, avalia como positiva a mudança no “Minha Casa, Minha Vida”. “Essas famílias, que antes eram forçadas a recorrer a financiamentos com condições comerciais desfavoráveis, agora terão acesso a juros mais baixos e maior prazo para pagamento. Elas terão cinco anos a mais do que antigamente era financiado para essa faixa de renda dentro do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que é de 360 meses”.
“Outro ponto importante é que, dentro do programa, o comprometimento de renda impacta em 30%, enquanto no SBPE era de 25%. Com certeza, essa Faixa 4 é muito atrativa e amplia significativamente as oportunidades para o setor imobiliário brasileiro”, acrescenta.
Sobre o modelo proposto pelo governo, Morais acredita que será melhor para o consumidor. “Hoje, percebe-se que no SBPE somente o cliente A está tendo aprovação. Trazendo esse cliente dessa faixa para dentro do programa, o índice de aprovação vai aumentar muito. Além de ter esses diferenciais de prazo de financiamento, bem como o comprometimento de renda, que pode ser maior no ‘Minha Casa, Minha Vida’, há ainda a destinação do funding, que é importante para que essas pessoas possam realizar sua contratação habitacional no decorrer do ano. Acho que poderíamos ter uma diferença maior na taxa de juros. No SBPE, a Faixa 4 tem uma variação em torno de 0,26%, que é significativa, mas poderia ter sido melhor, reduzindo um pouco mais”.
“A criação da Faixa 4, aliada ao fortalecimento institucional e à modernização do programa, aponta para um novo ciclo de crescimento no setor popular e de médio padrão. O ‘Minha Casa, Minha Vida’, em 2025, tem tudo para ser uma alavanca econômica relevante, com impactos sociais profundos na redução do déficit habitacional, crescimento inclusivo e desenvolvimento urbano”, afirma Morais.
Impactos na economia
A criação da nova faixa no “Minha Casa, Minha Vida” tem potencial para dinamizar o mercado imobiliário nas regiões metropolitanas, acredita Morais. “O limite de R$ 500 mil e as condições financeiras mais atrativas viabilizam o acesso da classe média a imóveis em áreas mais valorizadas, onde anteriormente havia dificuldade de compra e as condições de construção também eram difíceis dentro dos limites do programa. Isso é um grande atrativo”.
De acordo com o ministro das Cidades, a opção pelo financiamento total de imóveis na planta visa impulsionar a economia. “Com isso, a gente também está de olho em fazer com que mais oportunidades de emprego estejam disponíveis. O ‘Minha Casa, Minha Vida’ também quer ajudar a economia, gerar emprego e renda. E tem dado resultado. No ano passado, mais da metade de tudo que foi lançado no Brasil, em termos do mercado imobiliário no setor da construção civil, foi pelo ‘Minha Casa, Minha Vida’. Isso fez com que o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil crescesse 5,1%, acima do que cresceu o PIB do Brasil (3,4%)”.