As bravatas e discursos rasos dos governadores e outros políticos brasileiros não irão minimizar os efeitos do crime organizado, atualmente, perpassando por todos os segmentos da sociedade. Se o dolo apenas acontecia nas grandes cidades, envolvendo os enormes aglomerados, agora os delitos já estão acontecendo também nos meios rurais, e os produtores não sabem como agir para minimizar os efeitos dessa nova onda de cangaço.
Em Minas, o verdadeiro sinal de alerta aconteceu depois do roubo de 500 sacas de café em Cássia, no Sul do Estado, quando o caseiro da propriedade foi rendido por bandidos fortemente armados, cujo prejuízo foi estimado em R$ 1 milhão pelas autoridades. Na semana passada, o Governo de Minas implementou a denominada Patrulha Rural, com integrantes da Polícia Militar. Mas os especialistas em Segurança Pública consideram esse projeto muito incipiente para tentar barrar as ações de meliantes.
Recentemente, esse polêmico assunto foi debatido na Assembleia Legislativa, a pedido do deputado Professor Cleiton (PV). Apenas iniciativas isoladas não são suficientes para conter essa brutalidade, agora com uma modalidade aterrorizante de atacar também o setor produtivo dos negócios procedentes das zonas rurais.
As primeiras ações dos bandidos aconteceram em propriedades no Sul de Minas, em municípios próximos à divisa com São Paulo, cidade do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das facções criminosas mais truculentas e influentes até mesmo fora do Brasil. As autoridades deveriam levar em consideração um debate mais amplo do Plano Nacional de Segurança Pública, proposto pelo governo federal, para atuação em conjunto, incluindo os representantes das Guardas Municipais.
Em verdade, está em evidência no nosso país uma espécie de dominação do mal contra o bem, onde pessoas que trabalham, empresários e produtores não são mais importantes para garantir a continuidade do Estado brasileiro, deixando espaço para o crescimento desses grupos que assaltam. Enquanto alguns políticos fecham os olhos para esta realidade, os crimes saem dos guetos para enjaular quem até então vivia ordeiramente nas planícies verdejantes de suas propriedades rurais em Minas e no Brasil.
Roga-se aos parlamentares, especialmente os conectados às redes sociais, um pouco mais de patriotismo para encontrar uma saída para essa situação. A não ser que as pessoas de bem, as autoridades, os homens públicos venham assumir protagonismo em cenas capazes de assimilar a gravidade dessa complexa realidade de hoje.