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Eterna rodovia da morte

Já caminha para três décadas as promessas de políticos no que diz respeito à duplicação da famigerada BR-381, mais conhecida como rodovia da morte, no trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, no Leste do estado. Contudo, isso não passa de uma mera cena de interesse eleitoral. Como se constata toda época de campanha presidencial, aparecem pré-candidatos sempre prometendo concluir a obra de melhoria do espaço, mas logo quando finalizam as eleições, esse compromisso vai para as gavetas do esquecimento.

Entretanto, na memória dos familiares de milhares de vítimas não há amnésia. Pelo contrário, as palavras de ordem são revolta e indignação dirigidas às autoridades públicas que, mesmo sabendo dessa realidade, continuam usando os canteiros de obras da via para inserir fotos e turbinar as mídias sociais, fazendo “média” com os eleitores.

Não é novidade, mas como o problema persiste, os episódios nas estradas federais em Minas Gerais registraram, no ano passado, 8.309 acidentes, resultando em 7.077 vítimas e 693 óbitos. Na pista entre a capital mineira e Governador Valadares, na região do Vale do Rio Doce, o número foi na ordem de 2.443 desastres. E, nem mesmo essa dura constatação, sensibiliza as autoridades a buscarem uma solução definitiva para esse drama.

Essa escala de letalidade nas ocorrências, que se esconde por trás de curvas e em meio às áreas industriais, coloca a BR-381 como a quinta pior estrada do Brasil, com 14,7 batidas, capotamentos, atropelamentos e outros desastres a cada óbito registrado. Os dados fazem parte do Anuário Estatístico 2021 da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Conclama-se à população a prestar atenção nos políticos, pois, se eles não se interessam pelas demandas da região, devem ser menosprezados pelos eleitores, visto que, talvez, essa seja a única linguagem respeitada: os votos.

O governador Romeu Zema (Novo), assim como as autoridades de Brasília, não pode deixar esse assunto de lado nas discussões atuais. É importante fazer algo para minimizar a situação de quem, por razões diferentes, necessita trafegar pelas curvas e buracos que tornaram essa via tão temida por todos.