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Consumo no setor de eventos pode chegar a R$ 141 bilhões este ano

Foto: Freepik.com

A Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape) estima que o setor de eventos atinja um consumo de R$ 141,1 bilhões em 2025, representando um crescimento de 7% em comparação a 2024, já ajustado pela inflação. No ano passado, o valor efetivo do consumo foi de R$ 131,8 bilhões. Esses dados demonstram a recuperação e o desenvolvimento contínuo do setor, que tem se fortalecido após a pandemia de COVID-19.

O setor de eventos também tem apresentado indicadores positivos no mercado de trabalho. A Abrape projeta que o core business da indústria atinja 186,8 mil empregos formais em 2025, o que representa um aumento de 4,28% em relação aos 179,1 mil trabalhadores registrados em 2024. Esse crescimento resultará na criação de cerca de 7,6 mil novas vagas diretas. Ao considerar o hub setorial, a associação prevê um total de 4,305 milhões de postos de trabalho em 2025, o que corresponde a um crescimento de 1,1% em relação aos 4,26 milhões de empregos atualmente registrados. Isso implica na criação de mais 45,2 mil novas vagas diretas em todo o setor.

Segundo a entidade, o core business abrange atividades como organização de eventos (exceto culturais e esportivos), atividades artísticas e culturais, espetáculos, recreação e lazer, e a produção e promoção de eventos esportivos. Já o hub setorial engloba 52 atividades econômicas diretamente impactadas, como operadores turísticos, bares e restaurantes, serviços gerais, segurança privada, hospedagem, entre outras.

A Abrape também projeta que o setor de eventos terá 103,1 mil empresas em 2025, o que representa um crescimento de 3,1% em relação às 100 mil empresas estimadas para 2024. Dentro da cadeia produtiva, a previsão é que o número de empresas chegue a 836.789 em 2025, um crescimento de 1,9% em comparação com as 821.306 empresas estimadas para 2024.

“Após um período de retração, o setor de eventos está se reconfigurando com um olhar mais atento para as novas tendências do mercado. O aumento do consumo em 2025, pode ser explicado pela combinação de vários fatores, incluindo a digitalização dos eventos, o desejo crescente de vivenciar experiências presenciais e as melhorias no cenário econômico do país”, comenta a economista Marcela Andrade.

O impacto econômico do setor de eventos vai além do volume de consumo e impacta também empregos, movimentando setores como turismo, serviços e comércio local. “Além do aumento do consumo direto, o setor de eventos tem um papel estratégico na criação de empregos em diversas áreas. Como o Brasil é um destino turístico global, grandes eventos internacionais, como feiras, congressos e festivais, atraem turistas, que consomem em hotéis, restaurantes, transporte e comércio local. Esse movimento contribui para a circulação de riquezas nas economias locais e fortalece o turismo. No entanto, é importante que o setor continue a se adaptar às novas necessidades e desafios, como sustentabilidade e custos operacionais crescentes, para garantir seu crescimento sustentável no futuro”, afirma.

O produtor cultural Rafael Lacerda diz que o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) ofereceu uma série de benefícios para ajudar as empresas do setor a enfrentar a crise e retomar suas atividades. “Permitiu a suspensão de impostos como o PIS, Cofins, IPI e a contribuição ao INSS, o que ajudou as empresas a reduzirem seus custos durante o período de inatividade forçada, possibilitou o parcelamento de débitos tributários das empresas do setor em até 120 meses, com condições mais favoráveis e ofereceu linhas de crédito específicas para as empresas do setor, com condições mais acessíveis”.

“O apoio financeiro oferecido pelo programa foi fundamental para permitir que empresas mantivessem seus negócios e equipes, além de ajudarem a preservar empregos. Esse suporte possibilitou a continuidade das atividades até que fosse possível retomar os eventos presenciais de forma segura e também contribuiu para criar um ambiente mais favorável à retomada dos eventos”, conclui.