Considerada a quarta data mais importante em movimentação financeira do calendário do varejo brasileiro, o Dia dos Pais deve ter um volume de vendas na casa de R$ 7,7 bilhões este ano no Brasil. O número é 4,7% maior que em 2023, já descontada a inflação. Em Minas Gerais, a expectativa é de que R$ 792 milhões sejam gastos. Os números são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
De acordo com o economista da CNC, Fabio Bentes, essa projeção positiva de aumento acontece devido ao bom momento do mercado de trabalho. “Hoje, o Brasil possui a menor taxa de desocupação dos últimos dez anos e a massa de rendimentos mostrou um crescimento de quase 9% em relação ao mesmo período do ano passado”.
O economista Gelton Pinto Coelho também acredita que o atual momento econômico vai favorecer o consumo durante a data. “Há um crescimento muito positivo da economia como um todo. Sinais como o aumento do emprego e da renda, assim como a diminuição do desalento, melhoram o otimismo. O maior número de ocupações com carteira assinada também traz uma espécie de garantia para a pessoa da continuidade no trabalho”.
Ainda segundo a pesquisa da CNC, as lojas de vestuário, perfumaria, cosméticos e utilidades domésticas e eletroeletrônicos devem responder por 75% das vendas totais no período, gerando faturamento de R$ 5,7 bilhões. O mesmo estudo revelou também que produtos como televisores (-3,1%), computadores pessoais (-4,1) e aparelhos telefônicos (-9,4%), devem estar mais baratos em comparação ao Dia dos Pais de 2023. Por outro lado, livros (+12,9%), bebidas alcoólicas (+10,1%) e alimentação fora do domicílio (+4,8%) podem estar mais caros.
Na avaliação de Coelho, a redução nos preços é um sinal de recuperação na demanda. “Temos percebido algumas coisas também em relação à equalização do preço. Porque quando há uma disponibilidade maior de renda, o empresário acaba ganhando em maior fluxo de vendas e não só naquela venda pontual”.
Lojistas mineiros otimistas
De acordo com um levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo Do Estado De Minas Gerais (Fecomércio MG), 55,2% dos entrevistados têm a expectativa de vendas melhores neste ano em relação ao ano passado, número que se aproxima do que foi observado no período pré-pandemia. Em 2019, 47,9% dos comerciantes impactados pela data tinham boas expectativas de vendas no ano em comparação com o ano de 2018.
Conforme Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, o resultado para 2024 era esperado. “Nos primeiros anos posteriores à pandemia a expectativa de vendas se dava por meio de uma base fraca, em que qualquer incremento nas vendas era sinalizado por um crescimento expressivo. No entanto, já há total normalização do processo em 2024 e as expectativas de vendas melhores são reais, sendo um bom termômetro para o comércio varejista”. Já em relação ao tíquete médio, 38,4% dos entrevistados acreditam que devem ser gastos entre R$ 70 e R$ 200 na compra de presentes.