O vice-governador Mateus Simões (Novo) nega, mas seu projeto visando colocar a sua pré-candidatura ao governo de Minas em 2026 está a todo vapor. Ele tem aumentando cada vez mais os seus contatos regionais, reunindo-se com prefeitos, vereadores e nomes que são candidatos às prefeituras no pleito de 2024.
Observadores da política mineira avaliam que Simões estaria usando a mesma estratégia montada por Antonio Anastasia, atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), e que no passado, como vice-governador na gestão de Aécio Neves (PSDB), assumiu a gestão de titular, diante do afastamento do governador do posto. Na sequência, resolveu começar sua caminhada rumo à Praça da Liberdade, mediante o apoio de 37 dos 77 deputados estaduais. Naquele período, a popularidade de Anastasia também era baixa, mas ele apostou na densidade do seu grupo político. A estratégia deu certo e o tucano foi eleito governador.
Segundo informações e também especulações, nesta fase de hoje, existe a possibilidade do governador Romeu Zema (Novo) se desvencilhar do cargo, com a finalidade de disputar uma eleição majoritária, deixando o caminho aberto para seu parceiro Simões. Isso é o que se propala nos bastidores da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Coordenadores importantes
Para os matemáticos da política mineira, esse projeto dos tucanos deu certo à época por conta de uma combinação de fatores, mas essencialmente por ter pessoas na coordenação do certame, ao estilo do ex-secretário Danilo de Castro, avaliado como um mago da engenharia política do Estado. Agora, no projeto desenvolvido pelo Palácio Tiradentes, esse trabalho de aproximação e de interface estaria sendo comandado pelo secretário de Estado de Governo, deputado Gustavo Valadares (PMN).
Enquanto Mateus Simões visita cidades Minas afora para conversar com lideranças nos rincões, há, na contramão, uma espécie de romaria de prefeitos, deputados, vereadores e também candidatos a prefeito que frequentam o gabinete do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), em busca de aproximação e diálogo para garantir desdobramentos em projetos futuros, inclusive, em relação à disputa pelo governo do Estado no pleito de 2026.
No momento, essas duas lideranças estão bem projetadas e, naturalmente, conquistam notoriedade para um eventual encaminhamento rumo ao Palácio Tiradentes. Porém, como o processo só será deflagrado depois das eleições municipais, pode ser que o cenário atual seja alterado a depender do resultado das urnas no pleito de outubro deste ano.