O inverno chega no dia 21 de junho e a estação é caracterizada pela queda nas temperaturas e clima mais seco. Esses fatores acabam prejudicando o desempenho das defesas naturais do sistema respiratório, levando ao aparecimento de alergias e doenças causadas por vírus e bactérias. De acordo com os dados do Boletim InfoGripe, elaborado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de influenza A (25,8%), influenza B (0,4%), vírus sincicial respiratório (56%) e Sars-CoV-2/COVID-19 (4,5%).
Para o coordenador de pneumologia do Hospital Felício Rocho, Dr. Leonardo Meira, a quantidade de doenças respiratórias nessa época do ano ocorre por uma razão social. “As pessoas tendem a ficar mais aglomeradas em ambientes fechados para se proteger contra baixas temperaturas. Sendo assim, há maior probabilidade da disseminação de partículas por via inalatória que são de natureza infecciosa, viral e/ou bacteriana”.
Do ponto de vista de incidência e prevalência, o coordenador de pneumologia afirma que as infecções que predominam são as virais e as de vias aéreas. “Principalmente as infecções de vias aéreas superiores, como rinosinusites e otites. E existe um risco maior que são as infecções de trato respiratório inferior e as pneumonias, que possuem um natural aumento da incidência. As pneumonias podem ser de natureza viral ou bacteriana”.
Sintomas e tratamento
Meira explica que entre os sintomas mais comuns de gripe, sinusite e rinite estão tosse, coriza e espirros. “Na presença de sinusite e gripe ocorre febre, secreção, expectoração, purulenta ou não, além de coceira nasal. A gripe e a sinusite são duas condições que podem ter um envolvimento febril que indica infecção. O paciente precisa de uma avaliação mais minuciosa para designar qual vai ser a melhor conduta a ser tomada”.
O especialista salienta que o tratamento vai variar de acordo com os sintomas e é muito importante uma adequada avaliação para cada caso. “Se há identificação de infecção viral, o tratamento é com hidratação, analgésicos, descongestionantes nasais, higienização nasal, antialérgicos. Caso tenha manifestação de infecções bacterianas, por exemplo a sinusite bacteriana ou a pneumonia, pode necessitar de antibióticos”.
O médico diz que existe imunização para algumas condições. “Vacina para a influenza, COVID-19 e pneumonia. Além disso, manter uma boa hidratação e qualidade do sono são recomendados. Aqueles que já têm a infecção constatada, o ideal é que evite, dentro do seu ambiente domiciliar, a propagação para os familiares e também para colegas de trabalho. Já a prevenção das questões alérgicas é evitar as exposições que são desencadeadoras dos sintomas”.
Mudança de estação
Para o estudante João Pedro Pompeu, que tem sinusite e rinite, a mudança de estação é um grande problema. “Essa alteração na temperatura do quente para o frio ou vice-versa faz surgir as crises. Tenho dor no rosto e parece que tem um peso pressionando o meu olho. Quando está mais intenso, sinto pressão nos meus ouvidos e dói também o nariz que costuma até sangrar com a sinusite”.