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Obesidade infantil pode afetar mais de 20 milhões de crianças até 2035

Foto: Freepik.com

Segundo o Atlas Mundial da Obesidade, a prevalência de jovens com Índice de Massa Corporal (IMC) elevado era de 34% em 2020, com mais de 15 milhões de afetados. Em 2035, a projeção é de que essa taxa chegue a 50%, com mais de 20 milhões de crianças e adolescentes obesos ou com sobrepeso.

A endocrinologista pediátrica, Maria Luiza Lauar, diz que os principais fatores da obesidade são os maus hábitos de vida. “Alimentação sem qualidade associada ao sedentarismo e muito tempo de tela contribuem para o quadro. Mas existem outras causas menos comuns, como síndromes genéticas, medicamentos, acúmulo de gordura, distúrbios psicológicos e lesões no hipotálamo, que é uma glândula do sistema nervoso central que controla a fome”.

Ela alerta sobre outras doenças que podem aparecer atreladas à obesidade na infância. “O diabetes tipo 2, síndrome metabólica, síndrome dos ovários policísticos, puberdade precoce, atraso puberal nos meninos, colesterol alto, doenças do fígado, como a esteatose hepática, refluxo e apneia obstrutiva do sono”.

Maria Luiza ressalta que a prática de atividade física e uma alimentação balanceada são os principais tratamentos. Em alguns casos, o uso de medicamentos pode ser necessário. “Todos da casa devem adotar hábitos de vida saudáveis. É importante comprar mais frutas, verduras, legumes, e menos produtos industrializados”.

Multifatorial

Na opinião da especialista, a obesidade é um problema de saúde pública e não é tratado como tal. “Precisamos conscientizar a população, principalmente de classes socioeconômicas de menor poder aquisitivo, pois a maioria não tem conhecimento do quão maléfico é consumir alimentos industrializados. Faltam programas educativos e ações relacionadas às cantinas das escolas, tanto públicas quanto particulares, que vendem alimentos ruins”.

“As instituições também podem conscientizar os responsáveis sobre a merenda dos filhos, pois muitos levam lanches de má qualidade, como biscoitos recheados, bolinhos e sucos artificiais. Os alimentos industrializados são mais atrativos para os pais devido à rotina corrida do dia a dia. Sendo assim, acabam optando por comprar lanches prontos para as crianças”.