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Pequenas e médias empresas cresceram 7% no ano passado

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Os pequenos e médios negócios apresentaram destaque no cenário econômico brasileiro em 2023. O Índice Omie de Desempenho Econômico das Pequenas e Médias Empresas (IODE-PMEs) mostrou que o avanço do setor foi mais do que o dobro do Produto Interno Bruto (PIB). Enquanto o aumento do país foi de aproximadamente 2,9%, as pequenas e médias empresas cresceram cerca de 7% no último ano.

O IODE-PME funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões por ano. No total, são monitoradas 678 atividades econômicas dos quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

Marcelo Lombardo, CEO e cofundador da Omie, ressalta sobre o monitoramento desse setor. “Em um cenário em que as PMEs representam quase 30% do PIB nacional e mais da metade do total de empregos formais, é de extrema importância acompanhar o desempenho econômico dessas empresas. O índice da Omie é fundamental para analisar o momento em que essas empresas estão alinhando com as expectativas dos empresários para o futuro”.

O economista Nicolas Oliveira diz que as pequenas e médias empresas são grandes potências econômicas. “Elas são responsáveis por sustentar grande parte dos empregos no país, gerar boa parcela da receita dos órgãos com arrecadações de tributos e fazer a economia girar, impactando na oferta e consumo da população. O país e a população brasileira dependem delas para sobreviver”.

O maior avanço foi registrado na pequena e média indústria, com um crescimento de faturamento da ordem de 17%. No setor, as atividades que mais se destacaram em 2023 foram: Fabricação de bebidas, Fabricação de autopeças e implementos rodoviários, Confecção de artigos do vestuário e acessórios, Fabricação de Máquinas e Equipamentos e Fabricação de Produtos Alimentícios.

O setor de serviços também apresentou números positivos e fechou o ano com um avanço de 4,4% em comparação a 2022. A recuperação do segmento, inclusive, contribuiu para os bons resultados vistos no mercado de trabalho, uma vez que a maior parte do crescimento do saldo de trabalhadores formais foi alocada em atividades do setor de serviços em 2023. Do ponto de vista das atividades de maior evidência no ano anterior, destacam-se: Alojamento e alimentação; Atividades administrativas e serviços complementares (como agências de viagens, operadores turísticos, atividades de vigilância e serviços de escritório); e Atividades financeiras.

Já o comércio teve uma retração de 3,6% em comparação ao ano anterior. O recuo no ano foi observado de maneira disseminada, tanto no segmento varejista, quanto no atacado. No atacado, os dados mais recentes do IODE- -PMEs já indicam reação, haja vista o crescimento de 3,7% verificado no quarto trimestre de 2023 em termos anuais. Já no varejo, os resultados recentes seguiram abaixo do esperado, inclusive com certa decepção em torno dos efeitos das campanhas da Black Friday e do Natal.

O segmento de infraestrutura teve queda de 2,0%. Foi ocasionado pela retração em atividades de Obras de infraestrutura e Coleta, tratamento e disposição de resíduos. No entanto, já se observa uma recuperação do IODE- -Infraestrutura, recentemente, haja vista o crescimento de 4% no quatro trimestre de 2023 frente ao mesmo período do ano anterior, reflexo da performance positiva das atividades de Serviços especializados para construção.

Para 2024, os responsáveis pelo índice apontam para um crescimento dos pequenos e médios negócios de 3,1%, puxado pela redução da taxa básica de juros (Selic) que vem sendo realizada, o que deve favorecer o consumo das famílias e afetar o setor de serviços e de alguns segmentos da indústria.

“Mesmo que a Selic permaneça em níveis elevados, os dados do final de 2023 já começam a mostrar uma reação das concessões de crédito, tanto para as pessoas físicas, quanto para as empresas. Neste sentido, nos próximos meses, a queda de juros deve ficar mais evidente na economia real. Isso apresentará um cenário favorável para as PMEs, principalmente para os setores de serviço e indústria”, ressalta Oliveira.

Ele afirma que o empreendedorismo vem avançando no Brasil nos últimos anos e é fundamental que cresça não apenas a quantidade de empresas, mas a participação delas na economia. “Os dados demonstram a importância de incentivar e qualificar os empreendimentos de menor porte. Isoladamente, uma empresa representa pouco. Mas juntas, elas são decisivas para a economia”.