Até o dia 3 de março, o público que visitar a Casa Fiat de Cultura poderá ver um verdadeiro encontro entre o utópico mundo do modernismo e o universo experienciado por quem vive Minas, promovendo um novo olhar sobre a arte brasileira. Esta é a proposta da exposição “Arte Brasileira: a coleção do MAP na Casa Fiat de Cultura”.
A mostra é fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Cultura e a Casa Fiat de Cultura, reunindo relevante coleção do Museu de Arte da Pampulha (MAP). Ao todo, serão exibidas cerca de 200 obras que atravessam a arte brasileira entre os séculos 20 e 21 para reafirmar a importância de um acervo que passa pelos principais movimentos da arte contemporânea brasileira, com artistas e ações que reverberam para além do país.
A exposição apresenta núcleos que se inter-relacionam: Conjunto Moderno da Pampulha; Os modernos, Pampulha espiralar: um lar, um altar; Nossos parentes: água, terra, fogo e ar; O menino que vê o presépio; e Novos bustos.
O curador Marcelo Campos destaca que para contar essa história tão diversa, recorreu aos itãs iorubás (relatos míticos e lendas), que se relacionam à presença da montanha (Òkè) na criação cosmogônica do mundo. “Das histórias da montanha, retiramos os quatro elementos: terra, água, fogo e ar. Assim, propomos uma proximidade entre tais elementos e as criações artísticas instalativas, ressaltando a presença da natureza como mote de muitas obras existentes no acervo do MAP”.
A também curadora da exposição, Priscila Freire, conta que a coleção do MAP tangencia a história da arte e da arquitetura brasileira. “O modernismo serviu de estilo e estímulo para que se guardassem obras como as de Guignard, Di Cavalcanti, Portinari, Mary Vieira e outras, as quais vieram se juntar às premiadas nos Salões da Prefeitura”.
A partir dos anos 2000, após uma reforma estrutural no prédio, o conceito moderno mudou, apresentando artistas pós-modernos e contemporâneos, sempre com os olhos abertos para o futuro.
Restauro de obras
Como parte das ações de valorização do patrimônio e da arte, a exposição promoverá, ainda, a restauração da obra “Estandartes de Minas” (1974), de Yara Tupynambá. Yara foi aluna de Guignard e formou gerações de artistas. Na década de 1970, liderou o Atelier Vivo, produzindo uma série de gravuras em formato de estandartes. Após a restauração, os resultados serão compartilhados com o público em diálogo com as ações educativas da mostra.
Outra iniciativa de conservação envolve a obra “Tempos Modernos” (1961), de Di Cavalcanti. A pintura, atualmente, integra o programa de conservação e restauração do MAP e passará por processo de anóxia, que é a ausência de oxigênio para eliminação de microrganismos. Após a finalização desse procedimento, a pintura passa a integrar a mostra no núcleo Os Modernos, em diálogo com os trabalhos de Roberto Burle Marx, Mary Vieira, Candido Portinari, entre outros.
Serviço
“Arte Brasileira: a coleção do MAP na Casa Fiat de Cultura”
Quando: até 3 de março
Casa Fiat de Cultura
Endereço: Praça da Liberdade, 10 – Funcionários
Horário: terça a sexta-feira, das 10h às 21h. Aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h
Entrada gratuita