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Ópera “Devoção” conta história de um imigrante e sua jornada de fé

Apresentações vão acontecer a partir de 19 de julho em BH – Foto: Ascom FCS

Contando com ingredientes como humanidade, fé, promessa, milagre e enorme devoção, presentes no filme “O Pagador de Promessas”, de 1962, a Ópera “Devoção” marcará o início da temporada de óperas da Fundação Clóvis Salgado. No filme, o personagem Zé do Burro carrega uma cruz pesada de madeira por um longo percurso.

Uma das diferenças em relação ao filme, é que “Devoção”, a história do imigrante português Feliciano Mendes, deixa a sua terra natal e chega a Congonhas, em busca de ouro. A cidade receberá a pré-estreia da ópera no dia 13 de julho, no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos. Em Belo Horizonte, as récitas vão acontecer nos dias 19, 20, 22 e 23 de julho, às 20h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, com os ingressos disponíveis no site Eventim.

O compositor João Guilherme Ripper conta que quando recebeu o convite para fazer a música, já começou a elaborar o universo sonoro que gostaria de ouvir sobre o palco, além de visitar o Santuário. “Escrever uma ópera é como correr uma maratona. É necessário preparo, planejamento e resistência física e emocional. Dediquei meses a fio a compor a música de “Devoção”, mas o processo foi, como sempre, muito rico e recompensador. Tenho a melhor das expectativas em relação ao resultado artístico”.

“Decidi compor ‘Devoção’ como um grande painel sonoro de Minas do século 18. Inclusive, chamo a obra de Ópera-Oratório pelas suas características. Para sublinhar o sincretismo, trago referências da música sacra e da música popular. No primeiro ato há duas grandes peças corais sacras: ‘Salve, Sancta Parens’ e ‘Salve, Regina’. Ao lado da ‘Congada’, na qual faço referências à música de Francisco Mignone”, acrescenta.

O libreto para a composição de “Devoção” foi feito por André Cardoso. Ripper destaca a importância do trabalho realizado por Cardoso. “Ele fez uma profunda pesquisa histórica antes de escrever o libreto. Por isso, sua poesia é repleta de belas imagens de Minas Gerais do século 17. Um bom texto é fundamental para a estrutura dramática da obra. Geralmente, escrevo os textos de minhas óperas, já o conheço desde os tempos de colégio e a parceria foi excelente”.

A diretora-geral da ópera, Cláudia Malta, explica que a mensagem principal de “Devoção” é uma história verdadeira, mas bem romanceada, de um português que veio para Minas, na intenção de enriquecer. “Mas aqui ele encontrou uma outra razão de viver. Acho que está no espírito e na raiz dos mineiros, somos minas e somos devotos à nossa terra, às nossas raízes”.

Para Cláudia, está sendo uma grande experiência trabalhar em mais uma ópera. “É sempre uma alegria ver o movimento no Palácio, no Centro Técnico, com todos envolvidos na construção de cenários, figurinos e nos ensaios”.

O público que for acompanhar “Devoção” pode esperar um espetáculo com uma cenografia que remete às paisagens mineiras, segundo a diretora-geral. “Um espetáculo lindo, com elenco de vozes
fantásticas, com uma direção cênica cuidadosa e criativa”, finaliza.

Serviço: Ópera “Devoção”

Dias: 19, 20, 22 e 23 de julho, às 20h
Local: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537 – Centro)
Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada), a venda na bilheteria do teatro e pelo link

Classificação: 10 anos