O debate sobre direitos iguais para todos, especialmente perante pessoas negras, é um tema recorrente em todos os continentes. No entanto, aqui em nosso país, alguns segmentos da sociedade ainda desconhecem essa realidade, mesmo sabendo da nossa raça miscigenada, uma descendência de povos africanos com indígenas, cuja história vem do ano de 1.500, época da chegada de Pedro Álvares Cabral.

No momento, as autoridades e outros segmentos da sociedade propalam a tese da inclusão social. Mas uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pontua as desigualdades raciais no mercado de trabalho no Brasil. O rendimento-hora do homem branco é de R$ 20,10, sendo 61,4% maior que o valor pago à população ocupada preta ou parda, cujo montante é de R$ 12,40.

Segundo o levantamento, a desigualdade de renda é uma realidade permanente em qualquer nível, perpassando por reflexos direto nos meandros dos trabalhadores pretos, muitos deles, aliás, não conquistam melhorias por falta de instrução escolar, visto que sequer completam o ensino fundamental.

A consultora de Recursos Humanos, Karine Soares, sugere falar mais sobre o racismo nas relações sociais e também dentro das empresas. Para além disso, é preciso ainda repensar as políticas internas e fazer ações de conscientização, visando mudar essa realidade. Na avaliação da profissional, é necessário ter uma cultura organizacional que parte da equidade social.

Em verdade, são números avassaladores, já que dos 11 milhões de jovens que não estudavam nem estavam ocupados no ano passado, 43,2% eram mulheres pretas ou pardas.

Fica claro a necessidade de ações conjuntas entre governos, membros da sociedade civil organizada e empresários, com o objetivo de diminuir esse fosso social, onde os ricos brancos prosperam, enquanto os pobres ou remediados lutam contra as dificuldades, inclusive para se alimentar adequadamente. É uma batalha árdua para alcançar a liberdade e equidade social. Esse é o roteiro de uma vida melhor e esperança de todos.