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Setor leiteiro é uma das partes mais fortes do agronegócio

Ana Paula Junqueira Leão: “Somos mais de 1,1 milhão de produtores e empregamos mais de 4 milhões de pessoas” / Foto: Câmara dos Deputados

 

Debater a situação e propor soluções para a atual crise do setor leiteiro é um dos importantes assuntos que vêm sendo tratado na Câmara dos Deputados nas últimas semanas. Custos altos, baixa rentabilidade, dificuldade de sucessão familiar, falta de mão de obra qualificada e o impacto das altas importações em 2023 são alguns dos desafios enfrentados pelo setor. A deputada federal Ana Paula Junqueira Leão (PP), também presidente da Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite (FPPL) e vice-presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, luta para facilitar a vida dos que dependem desse negócio.

Com mais de 30 anos de experiência na administração pública, Ana Paula trabalha para que a cadeia de leite seja competitiva e autossuficiente. Em entrevista exclusiva ao Edição do Brasil, a parlamentar contou que hoje existem quatro propostas tramitando na Câmara dos Deputados que vão impactar e beneficiar os produtores de leite. “O principal é um projeto do Poder Executivo, onde buscamos políticas públicas para a pecuária leiteira”.

Segundo ela, o leite é uma das partes mais fortes do agronegócio. “Somos mais de 1,1 milhão de produtores, empregamos mais de 4 milhões de pessoas e giramos a economia em 99% dos municípios brasileiros. Porém, existem produtores deixando a profissão. Com isso, os laticínios já começaram a entrar em falência e as cooperativas estão pedindo concordata. Os governos federal e estadual não estão tendo a sensibilidade adequada para tomar as providências. Vale destacar que Minas é o estado que mais exporta e produz leite no país e a situação deve ser tratada com urgência”.

De acordo com Ana Paula, além dos problemas mencionados, os produtores também enfrentam a falta de energia no campo. “No passado, a Cemig já foi a melhor companhia energética do país, e hoje está extremamente sucateada. Sem energia elétrica, o trabalho do produtor rural fica comprometido e toda a cadeia de produção é afetada. Os prejuízos são enormes e as perdas inevitáveis. Na atividade leiteira, por exemplo, o resfriamento adequado é o que vai garantir a qualidade do produto”.

Sobre o seu mandato, a deputada afirma que é totalmente independente do governo federal e estadual. “Tenho a minha postura, o que for bom para o Brasil e de interesse do povo brasileiro. Não posso votar em uma matéria tão importante que mexe com a vida de milhões de pessoas sem saber todos os detalhes. Sou muito responsável, trabalho com seriedade e altamente municipalista. A cidade precisa de autonomia para não ficar dependente do governador e presidente da República”, finaliza.

 

Caminho do Leite

Foi realizado pela FPPL o evento “O Caminho do Leite”, nos dias 21, 22 e 23 de novembro, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Com o apoio da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e parceria da Prefeitura Municipal de Uberlândia e da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a exposição mostra desde como o leite é produzido até o envasamento e distribuição para as mesas dos milhões de brasileiros.

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a média nacional de consumo de laticínios é de 43,7 kg per capita no país. Segundo Ana Paula, muito além do leite no copo, a exposição tem o objetivo de destacar o papel dos produtores rurais no cuidado com os animais.

“O objetivo é mostrar para a população que nós cuidamos bem do nosso gado. Temos que desmistificar que a pecuária leiteira agride as vacas, a fim de diminuir os problemas e crises que esses produtores já sofrem, como a importação desleal”, conclui.