O Mercado Central, em Belo Horizonte, será sede da 36ª Feira de Cerâmica de Minas Gerais, de 1º a 3 de dezembro, de 9h às 19h e no domingo, até às 15h. O evento vai reunir cerca de 60 expositores, além de palestras e demonstrações de técnicas de modelagem, com entrada gratuita para o público. São esperados cerca de 2 mil visitantes.
Pela primeira vez, a feira vai contar com a participação do Cerâmica Contemporânea Brasileira (CCBras), que mantém um catálogo de ceramistas de todo o país. O objetivo da entidade é reunir os profissionais e/ou amadores que estão ativamente produzindo cerâmica artística.
No espaço será possível encontrar vários tipos de cerâmica artesanal, desde peças utilitárias de cozinha, para a casa, adornos, joias, itens de jardim, objetos de design, esculturas e também matéria-prima, como massas, esmaltes, ferramentas e equipamentos. De acordo com Emmanuela Tolentino, uma das curadoras da feira, os preços dos objetos são muito diversificados, variando de R$ 25 a R$ 1 mil.
Ela explica ainda que o evento já acontece há 24 anos. “Sendo o único na área da arte cerâmica que ocorre há tanto tempo e sem interrupções em Belo Horizonte. É um momento do ano em que ceramistas se reúnem para mostrar sua produção”.
“Os visitantes podem esperar muita diversidade nos trabalhos, com diferentes técnicas de produção e tipos de queimas, além de conhecer um pouco o processo do fazer cerâmico por meio das demonstrações e palestras para o público”, complementa.
A feira vai contar com artistas de cidades mineiras como Belo Horizonte, Caeté, Nova Lima, Betim, Contagem, Brumadinho, Igarapé, Conselheiro Lafaiete, além de dois expositores de São Paulo. Um dos destaques é a presença da Cerâmica Saramenha, representada pelo Rosemir Hermenegildo, que trabalha há 40 anos no ramo em Conselheiro Lafaiete, município onde a técnica é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e considerada patrimônio imaterial.
A arte em Minas
Emmanuela pontua que Minas Gerais é historicamente conhecida por sua produção na cerâmica. “Desde os primórdios, com os povos originários, que podemos ver no modo do fazer do Vale do Jequitinhonha, como também a Cerâmica Saramenha, com a influência dos portugueses no final do século 18, na região de Ouro Preto, hoje produzida em Ouro Branco e Conselheiro Lafaiete, até as peças atualmente feitas em diferentes ateliês pela capital e cidades do interior. A feira consegue reunir um bom número de ceramistas de diferentes épocas, técnicas e municípios, dando a oportunidade de o público ver a imensa possibilidade de criação que essa arte permite”.
“É possível também conhecer um pouco da cultura de um povo através de peças antigas de cerâmicas. Além da expressão artística, ela está presente no nosso dia a dia e é importante na economia criativa para produção de utilitários para culinária, objetos decorativos e esculturas artísticas. E, assim como em outros setores da cultura, essa arte deveria ter mais apoio e incentivo do poder público já que é um campo com um alto custo de investimento para quem quer se profissionalizar e viver dela”, conclui.